O novo ano escolar em Ponte de
Lima começa mal. Nos últimos anos, a excepção passou a ser regra. Aquilo que
podiam ser problemas pontuais no início do ano lectivo passaram a ser a marca própria
do arranque das aulas na Escola Secundária de Ponte de Lima, a solução
encontrada para resolver o problema do funcionamento em monoblocos
(contentores) que se arrasta desde o ano de 2011, não passa de um paliativo,
pois a antiga Escola Primária não oferece as salas de aulas necessárias para
ministrar as actividades lectivas, um número considerável de aulas continuam a ser
ministradas nos monoblocos.
A instabilidade e os problemas de
funcionamento da Escola Secundária persistem e agravam-se, há salas de aulas em
que chove como na rua, o remedeio da antiga escola primária é mais que
precário, comporta só uma parte de alunos e outra é recebida pelos professores
na abertura das aulas do dia escolar e são encaminhados para os contentores que
apresentam sérias deficiências - acústicas, infiltrações e térmicas - o que tem
graves implicações no processo de ensino aprendizagem.
Hoje, na maioria das escolas,
faltam funcionários e professores, a plataforma do concurso de psicólogos e
técnicos abriu tarde e a resposta a necessidades de funcionamento das escolas
tem sido suprida, ao longo dos anos, através do recurso ilegal à precariedade.
A Comissão Concelhia de Ponte de
Lima do PCP não aceita e combaterá sempre a política do governo PSD/CDS de
desmantelamento e descredibilização da escola pública para favorecimento da
escola privada e do negócio da educação.
Entendemos que as verbas que estão a
ser despendidas anualmente no aluguer dos monoblocos (contentores) e agora na
renda da antiga escola primária, aplicadas a tempos e horas na conclusão do
dito “programa de modernização das escolas com ensino secundário” as obras da
Escola Secundária de Ponte de Lima teriam sido concluídas nos prazos
programados. Assim quando o serão?
De ano lectivo em ano lectivo,
consideramos extremamente penosa a situação em que se encontram os alunos, os
professores, assistentes técnicos e assistentes operacionais que trabalham na
Escola Secundária de Ponte de Lima que, naturalmente serão agravadas com os
novos cortes anunciados para 2015 que acarretarão mais estrangulamento ao
normal funcionamento dos estabelecimentos de ensino, nomeadamente nos serviços
de apoio como a segurança, a limpeza e o aquecimento, indispensáveis ao digno
funcionamento do sistema de ensino no Concelho.
A estrutura local do PCP exige
que o Estado cumpra a sua obrigação de assegurar todas as condições materiais e
humanas necessárias ao bom funcionamento da escola pública, para que esta possa
concretizar o seu papel de instrumento de emancipação individual e colectiva.
A escola pública e os seus
profissionais, os estudantes e as suas famílias não resolvem os seus problemas
com desculpas, resolvem-nos com soluções, com uma outra política educativa que
assegure todos os meios materiais e humanos necessários ao funcionamento das
escolas.
A escola pública é uma conquista
de Abril, um dos pilares do regime democrático. Degradar a escola pública é, em
si mesmo, degradar a democracia. A defesa da escola pública de qualidade é, por
isso mesmo, uma luta de todos os democratas e patriotas deste País. Saudamos,
por isso, as lutas desenvolvidas pelos estudantes, pelos professores, pelos
pais e pelas populações, em defesa da escola pública.
13Out2014