sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Na Escola Secundária a solução encontrada não passa de um paliativo


O novo ano escolar em Ponte de Lima começa mal. Nos últimos anos, a excepção passou a ser regra. Aquilo que podiam ser problemas pontuais no início do ano lectivo passaram a ser a marca própria do arranque das aulas na Escola Secundária de Ponte de Lima, a solução encontrada para resolver o problema do funcionamento em monoblocos (contentores) que se arrasta desde o ano de 2011, não passa de um paliativo, pois a antiga Escola Primária não oferece as salas de aulas necessárias para ministrar as actividades lectivas, um número considerável de aulas continuam a ser ministradas nos monoblocos.

A instabilidade e os problemas de funcionamento da Escola Secundária persistem e agravam-se, há salas de aulas em que chove como na rua, o remedeio da antiga escola primária é mais que precário, comporta só uma parte de alunos e outra é recebida pelos professores na abertura das aulas do dia escolar e são encaminhados para os contentores que apresentam sérias deficiências - acústicas, infiltrações e térmicas - o que tem graves implicações no processo de ensino aprendizagem.

Hoje, na maioria das escolas, faltam funcionários e professores, a plataforma do concurso de psicólogos e técnicos abriu tarde e a resposta a necessidades de funcionamento das escolas tem sido suprida, ao longo dos anos, através do recurso ilegal à precariedade.
A Comissão Concelhia de Ponte de Lima do PCP não aceita e combaterá sempre a política do governo PSD/CDS de desmantelamento e descredibilização da escola pública para favorecimento da escola privada e do negócio da educação. 

Entendemos que as verbas que estão a ser despendidas anualmente no aluguer dos monoblocos (contentores) e agora na renda da antiga escola primária, aplicadas a tempos e horas na conclusão do dito “programa de modernização das escolas com ensino secundário” as obras da Escola Secundária de Ponte de Lima teriam sido concluídas nos prazos programados. Assim quando o serão?

De ano lectivo em ano lectivo, consideramos extremamente penosa a situação em que se encontram os alunos, os professores, assistentes técnicos e assistentes operacionais que trabalham na Escola Secundária de Ponte de Lima que, naturalmente serão agravadas com os novos cortes anunciados para 2015 que acarretarão mais estrangulamento ao normal funcionamento dos estabelecimentos de ensino, nomeadamente nos serviços de apoio como a segurança, a limpeza e o aquecimento, indispensáveis ao digno funcionamento do sistema de ensino no Concelho.

A estrutura local do PCP exige que o Estado cumpra a sua obrigação de assegurar todas as condições materiais e humanas necessárias ao bom funcionamento da escola pública, para que esta possa concretizar o seu papel de instrumento de emancipação individual e colectiva.
A escola pública e os seus profissionais, os estudantes e as suas famílias não resolvem os seus problemas com desculpas, resolvem-nos com soluções, com uma outra política educativa que assegure todos os meios materiais e humanos necessários ao funcionamento das escolas.

A escola pública é uma conquista de Abril, um dos pilares do regime democrático. Degradar a escola pública é, em si mesmo, degradar a democracia. A defesa da escola pública de qualidade é, por isso mesmo, uma luta de todos os democratas e patriotas deste País. Saudamos, por isso, as lutas desenvolvidas pelos estudantes, pelos professores, pelos pais e pelas populações, em defesa da escola pública.

13Out2014

A Comissão Concelhia de Ponte de Lima do PCP