segunda-feira, 23 de novembro de 2015

A CDU NA FREGUESIA DE ARCOZELO/PONTE DE LIMA




 Na Assembleia de Freguesia de Arcozelo de 20 de Novembro de 2015, o eleito CDU Acácio Fernandes apresentou um conjunto de intervenções de maior importância para a vida e gestão autárquica da freguesia:

1.  Nos assuntos de interesse para a Freguesia   
Para a sessão de hoje trago um conjunto de questões que me foram colocadas por escrito ou pessoalmente por fregueses e ainda uma breve apreciação da documentação pedida por requerimento, para os quais solicitamos esclarecimentos e informações por parte do Senhor Presidente da Junta de Freguesia. Passo a enunciar os respectivos assuntos:
  • No dia 28/09/2015, mais concretamente na última Sessão foi levantada a questão pelo membro eleito Sr. António Fiúza sobre a conta bancária penhorada pelo Tribunal. Na altura falou-se em 180.000.00€, qual o valor que efectivamente foi caucionado?
·         Caminho no Lugar da Armada, a exposição feita pelo Senhor Hugo Alexandre Fernandes já lá vão 3 anos na qual manifesta a preocupação e receio de que com o passar do tempo de chuvadas os muros de suporte da estrada e do caminho público podem ruir pondo em risco a circulação de pessoas e bens. É que o exponente deu-se ao trabalho de identificar todos os pontos críticos com fotografias e legendas respectivas;
Pergunto: Não é demasiado desleixo. Qual o motivo do arrastar desta situação e o não dar uma resposta ao exponente?

·         A Junta de Freguesia está a enviar cartas aos moradores para pagamento do IMI (tenho exemplo de carta).
Que eu saiba o IMI é cobrado pelas Finanças, que legitimidade tem a Junta de Freguesia para exigir cobrança de IMI?

·          Por falar em IMI, chegou-me aos ouvidos que existem terrenos registados em nome de Arcozelenses cedidos pela Junta dos quais pagam todos os impostos, nomeadamente IMI, estando a Junta a receber a título de renda de outros que não são os proprietários?

·          Por pesquisa no Portal da Justiça – A justiça ao serviço do cidadão e das empresas – fui tomado conhecimento que o Sr. Presidente da Junta de Freguesia é membro do Conselho de Administração da Cevalor.
Numa sessão recente deste órgão fui-nos apresentada uma proposta da Junta para aderir ao Centro Tecnológico da Valorização das Rochas Ornamentais e Industriais – CEVALOR (o que nos foi apresentado para aprovação ilegitimamente foi os estatutos desta entidade). Batalhei na necessidade de ser apresentado o acordo/proposta. Há gente que está nesta Assembleia para ver passar o comboio para não dizer outras coisas. Com estas promiscuidades poderá estar o Sr. Presidente da Junta de Freguesia a desrespeitar o pricípio do actuar com justiça e imparcialidade e a não salvaguardar e defender os interesses da autarquia e também a violar o dever de não intervir em actos de direito privado, nem participar em assuntos em que tenha interesse ou intervenção, por si ou como representante ou gestor de negócios de outra pessoa;

·         Da análise à documentação pedida através de requerimentos resalta que:
a)      Na escritura de Compra e Venda de29/05/2015 entre a Junta e a Feliciano Soares Granitos de Ponte de Lima, Ldª. (da qual temos muitas duvidas da sua legalidade por força dos atropelos ao processo de alienação dos terrenos baldios para o Pólo Industrial) é declarado que foi recebido a importância de 159.240.00€.
Como e quando foi contabilizada esta verba?
É que a escritura foi feita em 29 de Maio/2015 e na situação financeira de Junho e Setembro/2015 o que temos são rendas e não vendas. A escritura diz que recebeu;

b)      Na consulta aos contratos de arrendamento ficamos a saber que a Junta de Freguesia é conivente ao proceder à celebração de um contrato com a empresa onde está instalado um pavilhão sem licenciamento e localizado em terrenos baldios em situação não esclarecida de legalidade de posse, de loteamento e de licenciamento; É que na última Assembleia foi o Sr. Presidente questionado sobre se a Junta não poderá ser incomodada, o Sr. Presidente afirmou que sabe tanto como quem o questionou.

c)       Quanto à apreciação de outros documentos, para não prolongar muito esta reunião, apresentaremos em próxima reunião o que nos oferece dizer sobre a matéria.

2. Sobre a discussão e aprovação do PPI – Plano Plurianual de Investimentos e do Plano de Actividades e Orçamento para o ano de 2016
Da análise efectuada ao documento no que se refere a Intervenções Sectoriais 2016, concluímos que o plano e orçamento da freguesia de Arcozelo não passa de meras intenções com a mania das grandezas, (que arcaboiço financeiro para o suportar?) e o mesmo reflecte uma dependência confrangedora do Município e por sua vez muitíssimo dependente do financiamento dos fundos comunitários
A CDU tal e qual como no ano anterior considera que os pressupostos evocados para empreendimentos estruturantes (pólo industrial do granito; desenvolvimento rural – agricultura e floresta e, outros) que têm sido ao longo dos anos apresentados como concretização real a curto prazo, adiados e repetidos ano a ano, revelam o fracasso da gestão autárquica da Junta de Freguesia, virada para manias megalómanas que só servem interesses particulares e distanciada das pessoas e dos problemas reais da freguesia.
Não vale a pena meter a cabeça na areia como a avestruz, a realidade tem que ser posta a nu, o Pólo Industrial do Granito já era! Infelizmente não está contemplado no ciclo comunitário Portugal vinte, vinte e a CCDRN – Comissão Coordenadora de Desenvolvimento da Região Norte não considerou a área das pedras ornamentais como uma área estratégica de desenvolvimento. Em surdina os próprios industriais das pedreiras expressam que não acreditam que vai haver Pólo Industrial do Granito.
Tudo o resto quanto a projectos a CDU opina que são bazófias de intenções falidas e sublinho repetidas de ano a ano.
Como eleito deste órgão deliberativo da freguesia gostaria de ver concretizada uma gestão autárquica verdadeiramente virada para as pessoas e os reais interesses da nossa Vila de Arcozelo, assim apresento como sugestão ao órgão executivo que seja considerado e incluído nas intervenções sectoriais para o ano de 2016, o seguinte:
  • Que seja elaborado um plano de transportes escolares com horários compatíveis com o horário de princípio e fim de aulas dos alunos, estabelecendo mais que um horário de itinerário ao dia para que as nossas crianças não estejam horas sem fio à espera para regressarem a casa;
  • Elaboração de um plano com carácter prioritário para arranjo e recuperação da Ponte do Arquinho, que está em estado calamitoso correndo sérios riscos;
  • Que a Junta de Freguesia pugne com firmeza para a promoção de acções enérgicas e fiscalizadoras para acabar com as descargas poluentes para o Rio Lima;
  • Promover a repovoação com vegetação autóctone, das imensas crateras criadas com a extracção nos montados das Pedras Finas para assim exigir que seja cumprido o que está consagrado no PDM.
Entrando na análise dos mapas de classificação económica do orçamento, consideramos relevante destacar:
- No resumo das despesas – despesas de capital – é mencionado o valor de 965.500.00€ para a aquisição de bens de capital o que representa 71.7% do orçamento das despesas/2016. Diga-nos Sr. Presidente, existe alguma mina de volfrâmio no chão de Antelas?
- As receitas próprias provenientes dos baldios da freguesia no montante previsto de 234.662.00€, fonte financeira de sustentabilidade da gestão, devem ser aplicadas no benefício da freguesia e da sua população e de acordo com o plano de actividades a ser apresentado e discutido anualmente pela assembleia de compartes a quem compete discutir e deliberar sobre a aplicação de receitas obtidas com a exploração dos recursos dos baldios;
- Na rubrica Transferências de Capital – Desenvolvimento económico no ano anterior a previsão era de 96.000.00€, para o ano de 2016 a previsão é de 342.250.00€; Explique lá ser Presidente do executivo da freguesia o que contempla, como e onde vão ser aplicados estes valores?
Há um ano sobre os então documentos previsionais, referimos não merecerem a nossa concordância pelas então discrepâncias apontadas na nossa análise por estarem assentes em bases de pressupostos de consistência débil e não rigorosa. No concreto estas discrepâncias e defeitos mantêm-se inalteráveis para o ano de 2016. Assim o voto da CDU será contra pelos motivos já evocados.

3. Sobre a  apreciação e votação da Revisão do Orçamento nº.3
Em relação a matéria de revisões orçamentais tudo isto é muito estranho e confuso, começando nos documentos apresentados que são sem mais nem menos os mapas económicos do controlo orçamental – Receita de 01/11/2014 até 31/12/2014. Ora nós estamos no ano de 2015. O que é que a Junta de Freguesia pretende com esta ratoeira de engenharia habilidosa de carácter revisional? Supostamente só podem e devem existir revisões relacionadas com o Plano e Orçamento do ano de 2015 e o executivo da junta pretende justificar a revisão com os mapas de 2014. Então porque não são facultados os mapas económicos da receita de 2015 até agora, para esta assembleia com rigor poder confirmar que assim é?

Mais confuso e estranho são as pretensões desta revisão designada nº.3 quando estamos a poucos dias do fecho do ano económico de 2015. Esta pretensão de revisão é para quê e porquê, o que é que o executivo da freguesia pretende justificar e perante quem?

A CDU concluiu estarmos perante uma outra manobra de falta de transparência de gestão autárquica na freguesia. Não são facultados os mapas económicos da receita de 2015 até à presente data para em consciência e rigor podermos aceitar as modificações orçamentais.

Olhe Sr. Presidente que é pecado querer iludir os membros eleitos desta assembleia de freguesia na base de pressupostos iníquos e de probabilidades, conforme é referido na justificação apresentada da revisão nº. 3 e, que passo a transcrever Para os valores a inscrever na revisão, utilizou-se como suporte o valor das receitas cobradas no período de Novembro e Dezembro de 2014, por se entender serem valores que oferecem elevada probabilidade de concretização”

Ora este argumento não é um dado objetivo, simplesmente é uma probabilidade, na gíria popular chama-se a isto “andar com o carro à frente dos bois”. É que Senhores do executivo da freguesia, a gestão financeira da autarquia exige rigor e transparência não é feita em base de probabilidades e de pressupostos de futurologia.

A CDU e o seu eleito na Vila de Arcozelo não passam cheques em branco para o que quer que seja. Consideramos que esta pretensão de revisão orçamental no final do ano económico de 2015 é um engano que pretende iludir os membros eleitos desta assembleia de freguesia para pedir o seu aval, para depois o executivo da freguesia promover manobras de gestão no nosso entendimento de dúbia exactidão de transparência financeira e democrática. Para isto não contem com a aprovação da CDU.

4. Apresentação de Proposta de recomendação sobre combate e destruição de ninhos de vespa velutina
Ao abrigo da faculdade de apresentação de propostas para discussão e votação, apresentamos à consideração e votação dos membros eleitos desta assembleia, pelo seu carácter de resolução urgente a seguinte proposta de recomendação: 

A presença da vespa velutina (asiática), espécie que ameaça a produção de mel e cuja expansão é receada pelos apicultores, os quais têm vindo a denunciar que a progressão desta espécie predadora de abelhas está descontrolada e em expansão pela área do Concelho de Ponte de Lima;

O número de ninhos desta vespa, oficialmente detectados, praticamente estão sem controlo e em desenfreada expansão, o que terá consequências na produção de mel, por ser uma espécie maior e mais agressiva do que a vespa nacional, atacando directamente as colmeias:
Na freguesia de Arcozelo estão assinalados a existência de ninhos, que constitui um problema de risco para a saúde pública, o que urge dar combate à sua expansão, criando a Junta de Freguesia mecanismos de solidariedade e ajuda para a destruição desta praga comportando o executivo as despesas totais com o combate à destruição de ninhos em zonas públicas ou em zonas privadas na área da freguesia de Arcozelo;
Considerando que a Junta de Freguesia de Arcozelo arrecada anualmente de receitas, provenientes dos Baldios, um valor acima dos 200.000.00€, é mais que justificável que estas verbas devem ser empregues ao serviço do benefício da população.
Assim:
  • Propomos que a Junta de Freguesia de Arcozelo elabore um plano urgente de combate à vespa velutina e que disponibilize a totalidade dos meios financeiros para a concretização e a definição de uma estratégia de combate à expansão desta praga, quer sejam ninhos em zonas públicas ou em zonas privadas, estabelecendo um protocolo com os Bombeiros Voluntários de Ponte de Lima, Instituição em que o Município e a Protecção Civil confiaram esta tarefa.
Sugerimos ainda:
  • Que sejam emitidos editais a informar a população da freguesia desta deliberação a colocar nos locais habituais e ainda informar a paróquia para ser divulgada nas missas;
  • Que a Junta de Freguesia através de ofício dê conhecimento desta deliberação à Câmara Municipal, à Protecção Civil e aos Bombeiros Voluntários-
O eleito da CDU – Coligação Democrática Unitária
Acácio João Fernandes



domingo, 22 de novembro de 2015

Posição conjunta do PS e do PCP sobre solução política

Posição conjunta do PS e do PCP sobre solução política

O Partido Socialista (PS) e o Partido Comunista Português (PCP) assumem a seguinte posição sobre a solução política no quadro da nova realidade institucional da XIII legislatura decorrente das eleições de 4 de Outubro.

1.
As eleições de 4 de Outubro traduziram uma clara derrota da coligação PSD/CDS. PSD/CDS perderam as condições e legitimidade política de prosseguir a sua governação. Em Outubro não foi apenas o governo PSD/CDS que foi condenado mas também a sua política.

As eleições ditaram uma nova composição da Assembleia da República para a presente legislatura que corresponde a uma substancial alteração da correlação de forças. Esta nova realidade e a vontade de mudança expressa pelo povo português coloca a exigência e a responsabilidade de assegurar a interrupção do rumo prosseguido pelo anterior governo.

É esta responsabilidade que se impõe concretizar: a de procurar uma política que dê resposta a problemas mais urgentes dos portugueses, do emprego, dos salários e rendimentos, das pensões e prestações sociais, dos direitos, das funções sociais do Estado e dos serviços públicos nomeadamente a saúde, a educação, a segurança social e a cultura.

2.
Foi esse o objectivo que PS e PCP procuraram ao longo de uma esforçada abordagem mútua para identificar matérias, medidas e soluções que possam traduzir um indispensável sinal de mudança.

Uma abordagem séria em que se reconheceram a natureza distinta dos programas dos dois partidos e as diferenças de pressupostos com que observam e enquadram aspectos estruturantes da situação do País.

Mas também, e sobretudo, um trabalho e uma avaliação que confirmaram existir um conjunto de questões que podem assegurar uma resposta pronta a legítimas aspirações do povo português de verem recuperados os seus rendimentos, devolvidos os seus direitos, asseguradas melhores condições de vida. Foram os pontos de convergência e não os de divergência que ambos os partidos optaram por valorizar.

3.
Entre outros, PS e PCP identificam como aspectos em que é possível convergir, independentemente do alcance programático diverso de cada partido, com vista a soluções de políticas inadiáveis:

O descongelamento das pensões; a reposição dos feriados retirados; um combate decidido à precariedade, incluindo aos falsos recibos verdes, ao recurso abusivo a estágios e ao uso de contratos emprego/inserção para substituição de trabalhadores; a revisão da base de cálculo das contribuições pagas pelos trabalhadores a recibo verde; o fim do regime de requalificação/mobilidade especial; o cumprimento do direito à negociação colectiva na Administração Pública; a reposição integral dos complementos de reforma dos trabalhadores do sector empresarial do estado; a redução para 13% do IVA da restauração; a introdução da cláusula de salvaguarda no IMI; a garantia de protecção da casa de morada de família face a execuções fiscais e penhoras; o alargamento do estímulo fiscal às PME em sede de IRC; a reavaliação das reduções e isenções da TSU; o reforço da capacidade do SNS pela dotação dos recursos humanos, técnicos e financeiros adequados, incluindo a concretização do objectivo de assegurar a todos os utentes médicos e enfermeiros de família; a revogação da recente alteração à Lei de Interrupção Voluntária da Gravidez; a garantia, até 2019, do acesso ao ensino pré-escolar a todas as crianças a partir dos três anos; o reforço da Acção Social Escolar directa e indirecta; a vinculação dos trabalhadores docentes e não docentes das escolas; a redução do número de alunos por turma; a progressiva gratuitidade dos manuais escolares do ensino obrigatório; a promoção da integração dos investigadores doutorados em laboratórios e outros organismos públicos e substituição progressiva da atribuição de bolsas pós-doutoramento por contratos de investigador; a reversão dos processos e concessão/privatização das empresas de transportes terrestres; a não admissão de qualquer novo processo de privatização.

PS e PCP registam ainda a identificação de outras matérias em que, apesar de não se ter verificado acordo quanto às condições para a sua concretização, se regista uma convergência quanto ao enunciado dos objectivos a alcançar. Estão neste âmbito: a reposição dos salários dos trabalhadores da Administração Pública em 2016; a reposição do horário de trabalho de 35 horas na Administração Pública, bem como a eliminação de restrições de contratação na Administração Pública central, regional e local; a eliminação da sobretaxa do IRS; o aumento de escalões e a progressividade do IRS; a eliminação do obstáculo que as taxas moderadoras constituem no acesso ao SNS e a reposição dos direitos ao transporte de doentes não urgentes de acordo com as condições clínicas e económicas dos utentes do SNS: o alargamento do acesso e montantes das prestações de protecção social e apoio social, o reforço e diversificação das fontes de financiamento da Segurança Social.

4.
O PS e o PCP reconhecem as maiores exigências de identificação política que um acordo sobre um governo e um programa de governo colocava. No entanto PS e PCP reconhecem no quadro do grau de convergência que foi possível alcançar que estão criadas as condições para:

i) pôr fim a um ciclo de degradação económica e social que a continuação de um governo PSD/CDS prolongaria. Com esse objectivo rejeitarão qualquer solução que proponha um governo PSD/CDS como derrotarão qualquer iniciativa que vise impedir a solução governativa alternativa;

ii) existir uma base institucional bastante para que o PS possa formar governo, apresentar o seu programa de governo, entrar em funções e adoptar uma política que assegure uma solução duradoura na perspectiva da legislatura;

iii) na base da nova correlação institucional existente na AR adoptar medidas que respondam a aspirações e direitos do povo português.

Neste sentido PS e PCP afirmam a disposição recíproca de:

i)                    encetarem o exame comum quanto à expressão que as matérias convergentes identificadas devem ter nos Orçamentos do Estado, na generalidade e na especialidade, no sentido de não desperdiçar a oportunidade de esses instrumentos corresponderem à indispensável devolução de salários, pensões e direitos; à inadiável inversão da degradação das condições de vida do povo português bem como das funções sociais com a garantia de provisões pelo Estado de serviços públicos universais e de qualidade; e à inversão do caminho de declínio, injustiças, exploração e empobrecimento presente e acentuado nos últimos anos;

ii)                  examinarem as medidas e soluções que podem, fora do âmbito do Orçamento do Estado, ter concretização mais imediata;


iii)                examinarem, em reuniões bilaterais que venham comummente a serem consideradas necessárias, outras matérias, cuja complexidade o exija ou relacionadas com:

a) legislação com impacto orçamental;
b) moções de censura ao Governo;
c) iniciativas legislativas oriundas de outros grupos parlamentares;
d)iniciativas legislativas que, não tendo impacto orçamental, constituam aspectos fundamentais da governação e funcionamento da Assembleia da República.

A opção por uma posição bilateral entre PS e PCP não limita outras soluções que PS e PCP entendam como convenientes estabelecer com o Bloco de Esquerda e o Partido Ecologista os “Verdes”.

5.
Com integral respeito pela independência política de cada um dos partidos e não escondendo do povo português diferenças quanto a aspectos estruturantes da visão de cada partido quanto a opções de política que os respectivos programas evidenciam, os partidos subscritores do texto que hoje tornam público confirmam com clareza bastante a sua disposição e determinação em impedir que PSD e CDS prossigam a política que agora expressivamente o País condenou e assumir um rumo para o país que garanta:

a) Virar a página das políticas que traduziram a estratégia de empobrecimento seguida por PSD e CDS;
b) Defender as funções sociais do Estado e os serviços públicos, na segurança social, na educação e na saúde, promovendo um combate sério à pobreza e às desigualdades sociais e económicas;
c) Conduzir uma nova estratégia económica assente no crescimento e no emprego, no aumento do rendimento das famílias e na criação de condições para o investimento público e privado;
d) Promover um novo modelo de progresso e desenvolvimento para Portugal, que aposte na valorização dos salários e na luta contra a precariedade, relance o investimento na educação, na cultura e na ciência, e devolva à sociedade portuguesa a confiança e a esperança no futuro.
e) Valorizar a participação dos cidadãos, a descentralização politica e as autonomias insulares.


Lisboa, 10 de Novembro de 2015