terça-feira, 30 de abril de 2013

INTERVENÇÕES NA ASSEMBLEIA MUNICIPAL EM 29ABR2013


INTERVENÇÕES NA ASSEMBLEIA MUNICIPAL EM 29ABR2013

25 DE ABRIL SEMPRE!
No Portugal actual Viver Abril é rejeitar o Pacto de Agressão assinado com a Tróica estrangeira pelo PS, PSD e CDS. O Pacto com que se cortaram salários, pensões, prestações sociais e funções sociais do Estado é o mesmo Pacto que manteve intactos os contratos swap onde se esvaem milhares de milhões de euros dos nossos impostos para os cofres da banca nacional e estrangeira.
Viver Abril é dar a palavra ao povo para por fim ao descalabro do Governo PSD/CDS, como zeloso executor das exigências de uma tróica que se comporta como uma potência ocupante, que lançou o país na crise mais profunda de que há memória em democracia. O actual Governo não só fez exactamente o contrário do que prometeu antes das eleições, como tem levado a cabo uma política anti-nacional a anti-social impiedosa, lançando o país numa espiral de desemprego, de recessão e de pobreza, com um ataque sem precedentes aos direitos sociais fundamentais dos portugueses.
Viver Abril é rejeitar a opção de liquidação dos ENVC. É dizer não à estratégia de desmantelamento e destruição dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo que o PCP tem vindo há muito a denunciar e contra a qual os trabalhadores da empresa e a população do distrito têm lutado ao longo dos últimos anos, o Governo anunciou na passada semana uma pretensa solução que só pretende abrir as portas à liquidação de uma empresa única na área da construção naval em Portugal. Para viver Abril é preciso avaliar e responsabilizar as administrações dos ENVC ao longo dos últimos anos, auditando de forma rigorosa e completa a qualidade, legalidade e eficiência da gestão empresarial dos ENVC.
Viver Abril é fazer avançar o país é preciso produzir mais na indústria, nas pescas, e também na agricultura. As alterações ao regime de fiscalidade confirmam-se como uma das principais questões que actualmente afectam os pequenos e médios agricultores, a agricultura familiar, e as instituições que os representam. Tendo em conta as características do sector agrícola da região (pequena agricultura e agricultores idosos) estas medidas determinarão o abandono da actividade por parte de muitos agricultores idosos, desesperados, que recebem apoios comunitários anuais de valor inferior a 180€ e que serão agora obrigados a colectar-se. Ou reformados por invalidez que correm o risco de perder a sua reforma por receberem 200 ou 300€ de apoios.
Viver Abril é garantir a defesa dos direitos das crianças e jovens, particularmente importantes num contexto de profundos retrocessos económicos e sociais. Porque vivemos um tempo de surgimento de novas e complexas situações de risco, o Grupo Parlamentar do PCP apresentará em breve um projecto-lei que reforça os meios materiais e humanos das Comissões de Protecção de Crianças e Jovens, indispensáveis ao cumprimento efectivo do seu papel.
Viver Abril é dizer não à política de privatização e desmantelamento de serviços públicos (e designadamente do serviço público postal) é uma ameaça ao Alto Minho e a todo o país. A entrega dos CTT aos privados, anunciada pelo Governo para este ano, é a estratégia que está na base da intenção de encerramento de mais de 200 estações de correios, deixando as populações ao abandono. Coloca-se o problema da confidencialidade do serviço postal. Coloca-se o problema da destruição de emprego: só no último ano a empresa encerrou 669 postos de trabalho; agora a situação tenderá a tornar-se muito mais grave, caso se concretizem as medidas em causa.
Viver Abril é rejeitar definitivamente o grave processo em curso de privatização dos Serviços Municipalizados e de Saneamento Básico do distrito. Por pressão da empresa Águas de Portugal e do Governo o distrito de Viana do Castelo corre o sério risco de se integrar na empresa Águas do Norte e por essa via ver privatizado o acesso a esse direito fundamental que é a água. A privatização da água, além de constituir uma inaceitável alienação de um direito, vai colocar em risco cerca de 230 postos de trabalho agravando assim os níveis de desemprego do distrito.
Viver Abril é defender o Poder Local Democrático. Viver Abril é exigir a Regionalização, consecutivamente adiada, e a descentralização de meios e competências, elementos para o desenvolvimento económico, social e cultural sustentado e equilibrado como um contributo fundamental para articular necessidades, planos e meios, para o desenvolvimento do distrito e do concelho. Viver Abril é lutar pela revogação da Lei de extinção de freguesias.

Não comemoramos Abril apenas por evocação de uma data histórica. Comemoramos Abril para projectar no presente e no futuro os seus valores. Viver o 25 de Abril data que toca, sensibiliza e movimenta o Povo é viver o caminho de envolvimento necessário para, dia-a-dia, defender Abril na rua, nas empresas, nos locais de trabalho; pelos direitos, liberdades e garantias e pela Constituição da República Portuguesa, que os consagra, para retomar e devolver os seus valores aos trabalhadores e ao povo, ao presente e ao futuro do País.

Saudamos o 25 de Abril Sempre! As próximas comemorações do 1º de Maio, os Capitães de Abril, todos aqueles que lutam por uma democracia avançada inspirada nos valores para retomarem os caminhos da revolução de Abril.

 “Prestação de Contas do Município Relativas ao ano de 2012 e Inventário”
Começamos por manifestar o nosso apreço aos trabalhadores e serviços envolvidos neste esforço de apresentação dos documentos de prestação de contas.

Como sempre temos referido, a análise aos documentos de prestação de contas resulta sempre numa avaliação das opções políticas anteriormente inscritas nos documentos provisionais do ano em questão. Apreciar e votar documentos de prestação de contas não deve ser uma mera comparação de números, mas antes a apreciação da justeza das opções tomadas por quem gere o município, da análise da prestação de contas 2012, resulta que não é facilitada a apreciação política da actividade do Município, dadas as discrepâncias na designação das rubricas. Só essa comparação, feita de forma clara, nos possibilitaria apreciar se a filosofia que serviu de base à elaboração do Plano de Actividades do Município terá sido ou não seguida na sua execução.

É referido “na política de redução de custos a diminuição significativa da despesa corrente com pessoal, que representava 29% do total da despesa em 2011, sofreram em 2012 uma redução de 631.573,00 €, passando a representar apenas 22,59%, dos quais e ainda relativamente à despesa total executada, 15,63% dizem respeito ao pessoal afecto aos serviços municipais e 7% ao pessoal directamente afecto às escolas no âmbito da delegação de competências”.

Não consideramos que esta política seja um feito de enaltecer. No nosso entender significa menos postos de trabalho e menor poder de compra. Consequência é certo imposta pela maldita austeridade decretada pelo Pacto de Agressão e pela aprovação dos deputados da maioria PSD/CDS do pacote de leis contra o Poder local democrático – lei dos compromissos e outras – De que resulta e citando uma passagem do vosso Relatório de Gestão “Ao contrário do que seria expectável o Governo (o vosso Governo PSD/CDS) não foi capaz de introduzir, de uma forma eficaz e oportuna, novas medidas que estimulassem a economia e o emprego, foram tomadas medidas de tal forma austeras que levaram à diminuição significativa do poder de compra, do investimento e da capacidade de sobrevivência das empresas.”

Na apresentação do Relatório de Gestão – Evolução Sectorial da Actividade somos presenteados com diversas citações “uma inovação”. A Vereação passa agora a ter uma ferramenta de consulta diária para de facto os caminhos apontados serem levados à prática na gestão quotidiana do município. Sugerimos que seja considerada a elaboração de uma compilação das citações para consulta de mesa de trabalho da Vereação. Como seria bom hoje não estarmos aqui a dizer que “Ponte de Lima é o 44º Concelho mais pobre do país, o terceiro com os piores índices de desenvolvimento económico e social do distrito, o número de idosos a viverem sozinhos ou isolados em Ponte de Lima são 232, nos Arcos de Valdevez 121, em Viana do Castelo, 54, são os concelhos com maior número de situações identificadas no distrito. O salário médio por habitante está 32% abaixo da média nacional, o desemprego continua uma chaga, zonas industriais vazias, ausência de indústria que incorpore tecnologia e que crie emprego qualificado, empresas que fecham portas. Dos mais de 2 milhões de portugueses que vivem abaixo do limiar da pobreza, muitos habitam em Ponte de Lima.

A CDU considera que, a obsessão da disponibilidade financeira do município é impeditiva de uma gestão autárquica audaciosa como o motor impulsionador da concretização de projectos estruturantes que levem à criação de postos de trabalho e ao desenvolvimento económico e social. Por isso continuamos a referir que, o Relatório de Gestão é uma peça com muito marketing propagandístico à mistura, mas de efeitos pouco práticos. De mandato em mandato vão-se mantendo e acumulando carências no desenvolvimento do concelho. Um Município que dispõe de uma excelente disponibilidade financeira, uma localização geográfica privilegiada em termos de centralidade, dispõe também de Polos Industrias e de Instituições de ensino superior. Mas falta na gestão autárquica do CDS/PP vontade política de investir no desenvolvimento harmonioso do Concelho, melhorando e elevando a qualidade de vida dos seus munícipes. Um Concelho sem capacidade produtiva empobrece.

Ponte de Lima não pode continuar na cauda do distrito nem do país. O Pólo Industrial do Granito não passa de uma intenção em projecto à espera mandato a mandato de dinheiros e aprovação comunitária, a indústria extractiva continua sem quaisquer condições de dignidade, quer de ordenamento quer de condições de trabalho. O projecto de criação de um Núcleo de Produção Extensiva de Suínos de Raça Bisara continua embrulhado na filosofia de concretização só com a disponibilidade de dinheiros comunitários. O comércio tradicional está a definhar, a agro-pecuária é improdutiva e praticamente inexistente, a frente ribeirinha aguarda que seja cumprida e implementada pelo município a deliberação desta assembleia para a sua requalificação, a rede de recolha de resíduos sólidos e de saneamento básico é manifestamente insuficiente, a reabilitação urbana é realizada de forma ad hoc, sendo urgente a elaboração de um plano de recuperação do seu edificado. Não existem políticas de dinamização, gestão e conservação do parque desportivo municipal, alguns equipamentos desportivos encontram-se abandonados e existe apenas um parque infantil para servir todo o Concelho.

Numa palavra é inexistente a definição de prioridades para a concretização de medidas para o desenvolvimento harmonioso e sustentado do nosso Concelho. Os documentos apresentados são o reflexo de definição de prioridades e de opções políticas tomadas pelo município, que consideramos não corresponderem às necessidades básicas e prementes da realidade do Concelho, assim a CDU não encontra neste relatório de gestão condição de votar favoravelmente a prestação de contas 2012.