sexta-feira, 12 de abril de 2013

Manifesto da candidatura à câmara municipal


MANIFESTO DA CANDIDATURA À CÂMARA MUNICIPAL
Provavelmente, todos os candidatos, nomeadamente os que estão actualmente no executivo ou que estiveram lá no passado como vereadores, ou aqueles que se fizeram representar na Assembleia Municipal, estarão a prometer criação de emprego, mais indústria, mais desenvolvimento económico no concelho, mas não o farão. Não o fizeram no passado, não o irão fazer no futuro.

Continuarão a promover os lóbis do concelho, ruinosas parcerias público privadas, usando dinheiros públicos visando lucros privados. Disponibilizam, por exemplo, mais de meio milhão de euros para a compra de terrenos, que não criam emprego nem riqueza, apenas favorecem “negociatas”, assim como a pretensão do município em se associar a iniciativas que estão no âmbito do sector empresarial, como seja a do complexo hoteleiro no chamado “Largo Hotel de Além-da-Ponte” que tem como objectivo final estabelecer este tipo de parcerias ruinosas.

A nossa candidatura não é para os que pensam que Ponte de Lima está “muito bem como está”. É preciso investir, investir, investir muito mais na população do Concelho. Haja vontade política para o fazer! Chegou o momento de investir em projectos estruturantes que criem riqueza, que potenciem a sua justa distribuição, e que realmente abram mais oportunidades, para que se possa viver com dignidade na nossa terra. Não podemos desperdiçar mais tempo.

Um Município que dispõe de uma excelente disponibilidade financeira, uma localização geográfica privilegiada em termos de centralidade (Ponte de Lima encontra-se no eixo litoral, próximo de vias estruturantes e próximo da Galiza, com acesso privilegiado a três Portos e a dois aeroportos), dispõe de Polos Industrias e de Instituições de ensino superior. No entanto, não dispõe, tal como as gestões camarárias que a antecederam, de vontade política de investir no desenvolvimento harmonioso do Concelho, melhorando e elevando a qualidade de vida dos seus munícipes.

Um Concelho sem capacidade produtiva empobrece. Não podemos continuar na cauda do distrito nem do país. Temos um salário médio por habitante que está 32% abaixo da média nacional, um desemprego endémico que cresce exponencialmente (estima-se que só 40% da população activa tem emprego), zonas industriais vazias, ausência de indústria que incorpore tecnologia e que crie emprego qualificado, empresas que fecham portas e a deslocalização de unidades industriais (Fábrica do queijo Lacto-lima, Fábrica de calçado Cocalima, Fábrica de Calçado em Fornelos, Confecções Mujorepe em Vitorino de Piães, Têxtil Dias, Ld.ª em Poiares e o encerramento de outras). Todas estas situações tiveram consequências altamente gravosas na situação económica e social da população limiana.

O Pólo Industrial do Granito (bandeira eleitoral do CDS/PP e de outros em actos anteriores) não passa de um desenho no papel, a indústria extractiva continua sem quaisquer condições de dignidade, quer de ordenamento quer de condições de trabalho. O comercio tradicional está a definhar, a agro-pecuária é improdutiva e praticamente inexistente, a frente ribeirinha, com descargas poluentes a serem despejadas no rio, encontra-se mal gerida, a rede de recolha de resíduos sólidos e de saneamento básico é manifestamente insuficiente, a reabilitação urbana é realizada de forma ad hoc, sendo necessário acelerar o processo de recuperação do seu edificado. Não existem políticas de dinamização, gestão e conservação do parque desportivo municipal, alguns equipamentos desportivos encontram-se abandonados e existe apenas um parque infantil para servir todo o Concelho.

Os apoios aos estudantes, nomeadamente àqueles que precisam urgentemente de bolsas para continuarem a estudar sobretudo ao nível do ensino superior, são bastante exíguas e de difícil acesso, excluindo mais jovens do ensino. O investimento em bolsas de estudo em Ponte de Lima não passa de uns meros 5000 euros ao passo que, por exemplo, na Póvoa de Lanhoso o investimento total ultrapassa os 37 000 euros. Os manuais escolares terão que ser gratuitos para todos, assim como o deverá ser o transporte pré-escolar. Urge travar as elevadas taxas de saída antecipada e precoce do ensino fruto dos baixos índices socioeconómicos do Concelho. Urge encetar medidas de incentivo à natalidade para contrariar a tendência generalizada do aumento da população idosa.

Ponte de Lima é o 44º Concelho mais pobre do país, o terceiro com os piores índices de desenvolvimento económico e social do distrito. É urgente, por isso, iniciar medidas verdadeiramente estruturantes que dinamizem a capacidade produtiva, que criem emprego qualificado e com direitos, que criem riqueza e a distribuam equitativamente, que contribuam para a promoção do bem-estar dos que cá decidiram fazer a sua vida.

 Dos mais de 2 milhões de portugueses que vivem abaixo do limiar da pobreza, muitos habitam em Ponte de Lima. Cabe ao próximo executivo liderar processos estruturantes e não se deixar liderar por este ou aquele interesse privado. É preciso romper com este ciclo de pobreza endémica. Vamos devolver Ponte de Lima aos Limianos. Exigimos outro rumo, outra política para bem do nosso Concelho. Com Trabalho, Honestidade e Competência é possível conseguir.
O Candidato da CDU
João Francisco Gomes (Noas)