quarta-feira, 29 de junho de 2011

EM DEFESA DO EMPREGO

Três mil pessoas em Viana do Castelo contra os despedimentos nos Estaleiros
Impressionante manifestação em defesa do emprego

Quarta 29 de Junho de 2011
A manifestação contra o despedimento anunciado de 380 dos 720 trabalhadores dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, realizada esta manhã nas ruas da cidade, envolveu 3 000 pessoas, entre trabalhadores, reformados e população vianense, preocupada com o futuro da empresa, verdadeira âncora do desenvolvimento daquela região.
Os despedimentos foram anunciados na semana passada pelo administrador da empresa (entretanto demissionário) incluídos no chamado «Plano de Viabilização e Reestruturação dos ENVC», aprovado pelo governo do PS quando já se encontrava demissionário.
Os manifestantes, reunidos na Praça da República, aprovaram uma resolução exigindo a suspensão dos despedimentos. O PCP fez-se representar na manifestação, com uma delegação encabeçada pelo Secretário-geral Jerónimo de Sousa, numa expressão da solidariedade de sempre dos comunistas para com aqueles trabalhadores e da sua determinação em defenderem uma empresa estratégica para o desenvolvimento do País.
O PCP, que logo no dia a seguir a ter sido anunciado o despedimento esteve junto dos Estaleiros apelando à unidade e luta dos trabalhadores, considera que esta medida tem como objectivo «emagrecer a estrutura dos ENVC para daqui a uns meses darem a machadada final com a sua privatização, que aliás está contemplada no acordo do PS, PSD e CDS com a troika». No comunicado então distribuído, como no projecto de resolução entregue na AR recomendando a suspensão imediata do despedimento colectivo, o PCP alerta para as consequências de uma possível privatização da empresa: seria entregar «de mão beijada aos grandes interesses do capital estrangeiro os contratos já firmados com a Marinha Portuguesa e com outras entidades no valor de 500 milhões de euros» e a sua transformação numa «unidade sem capacidade própria, apenas dependente de encomendas pontuais de terceiros em busca de recursos humanos desqualificados ou precários ou, em alternativa, criar condições para passar a dar resposta a encomendas projectadas por terceiros com o recurso quase exclusivo e sempre ocasional de empresas externas».
Uma vez privatizada, o País perderia o controlo sobre o único estaleiro nacional com capacidade de projecto, equipado com a mais alta tecnologia e com operários e quadros técnicos altamente especializados. Uma empresa que poderia servir para fomentar o desenvolvimento de outros sectores da economia.
Também a CGTP-IN, a Fiequimetal e muitas outras estruturas sindicais prestaram a sua solidariedade aos operários e técnicos dos ENVC.