segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

O plano e orçamento da freguesia de Arcozelo é um apêndice do Plano Municipal

Assembleia de Freguesia de Arcozelo
Sessão Ordinária de 26 de Dezembro de 2014

2) Ordem do dia
b. Discussão e aprovação do PPI – Plano Plurianual de Investimentos e do Plano de Actividades e Orçamento para o ano de 2015

Senhor Presidente da Assembleia de Freguesia e restante Mesa; Senhor Presidente de Junta; Senhores Eleitos da Assembleia de Freguesia; Meus senhores e minhas senhoras

Na fase da elaboração dos documentos previsionais político-económicos, a Junta de Freguesia de Arcozelo este ano facultou-nos antecipadamente o conhecimento do plano de actividades e orçamento, assim, fizemos uma apreciação prévia dos mesmos a par do envio das propostas e sugestões no âmbito da colaboração para a sua preparação. Passamos a transmitir para conhecimento desta assembleia do que foi a nossa apreciação:

Patenteamos agrado por verificarmos que estavam contempladas várias vertentes de melhoramentos e benefícios para a freguesia, a levar a cabo no âmbito da iniciativa própria do executivo, coincidentes com os preconizados no programa da CDU apresentado à população da freguesia;

Manifestamos ainda que este Plano financeiro, no que se refere a empreendimentos estruturantes para a freguesia, está altamente dependente da Câmara Municipal e por sua vez esta está muitíssimo dependente do financiamento dos fundos comunitários para poderem ser implementados e concretizados de acordo com o Plano e Orçamento do Município recentemente aprovado;

Portanto os pressupostos evocados para empreendimentos estruturantes (polo industrial do granito; reprodução de suínos da raça bisara e outros) que são apresentados como concretização real a curto prazo, não correspondem à realidade já que os mesmos empreendimentos são referidos no plano e orçamento do município que só avançarão se tiverem financiamentos comunitários:

E sugerimos que fosse expresso claramente nos documentos a apresentar à discussão da assembleia de freguesia que os empreendimentos estruturantes referidos dependentes da Câmara Municipal, a sua concretização constituem um enigma por falta de garantias de virem a ser implementados.

Entrando na análise dos mapas de classificação económica do orçamento, consideramos relevante destacar:

- Verifica-se a diminuição das receitas no montante de 228.072.00€ consequência e fruto das políticas neoliberais do governo PSD/CDS e das profundas alterações na legislação, quer por vias dos orçamentos de estado, quer pelas leis de finanças locais e de atribuições, que constituem uma “guilhotina” sobre a autonomia das autarquias e são causa do estrangulamento financeiro e de obstáculos impostos à gestão democrática do Poder Local;

- As receitas próprias previstas de 261.896.00€ (RECEITAS CORRENTES - RENDIMENTOS DA PROPRIEDADE) constituem a fonte financeira de sustentabilidade da gestão da freguesia, entendemos que estas verbas devem ser aplicadas na totalidade em obras e benefícios para a freguesia e a sua população; Analisada a situação verificamos que sem as receitas próprias (terrenos dos baldios – rendas das Pedreiras) a Junta de Freguesia não tinha qualquer viabilidade. 

- Outra das situações que verificamos também de receitas próprias é um aumento brutal de € 1.262,60 em 2014 para € 26.252,00 em 2015 (Optimus- Nós), a que se deve este aumento brutal?

- Constatamos que na Rubrica Receita de Capital – Venda de Bens de Investimento no mapa facultado previamente assinalava a previsão da venda de terrenos do polo industrial no valor de 288.000.00€ (terrenos já alienados ao município); agora no mapa final é assinalado o valor de 1.000.00€. Estas incongruências deixam-nos muitas dúvidas. É tudo uma trapalhada que não ajuda nada a adquirir a confiança necessária para conscientemente aprovar documentos de grande responsabilidade;

- Numa semana analisamos 2 documentos (Orçamentos das receitas reais 2015) como é possível numa semana haver um valor de € 288.000,00 e noutra € 1.000,00, qual é a manobra relativamente ao Polo Industrial?

- Verificamos ainda que a verba referida de 288.000.00€ foi incorporada no item Administração pública – Administração local – Continente; que perfaz o total 301.500.00€, gostaríamos de saber a que se reporta especificamente esta previsão de venda e quais os bens de investimento a freguesia tem para tal oferta?

- Na rubrica Transferência de Capital - Sobre o desenvolvimento económico no ano de 2014 tinha-mos € 285.000,00 e este ano de 2015 são € 96.000,00 o que contempla esta rúbrica e onde vão ser investidos estes valores?

- Outras rendas no valor de € 14.663,00 é propriamente o quê?
Tudo isto analisado verificamos que este plano é um apêndice ao Plano do Município de Ponte de Lima, e que depende do mesmo.

Estamos perante um documento previsional político- económico com a mania das grandezas, que contempla aquisição de terrenos, edificação de Edifício Sede da Junta de raiz, empreendimentos sem garantias de concretização, tudo na esteira seguidista com a vereação CDS da Câmara Municipal com quem a Junta de Freguesia/Pedra Rica anda de braço dado na aprovação de projectos de eficiência duvidosa para o desenvolvimento económico e social do Concelho como o caso do Novo Edifício dos Paços do Concelho.

Com a nossa colaboração prévia para a elaboração final do Plano e Orçamento a par da apreciação hoje aqui produzida, demonstramos a nossa disponibilidade de compreensão necessárias para a construção de instrumentos importantes de gestão autárquica.

A nossa posição há um ano sobre os então documentos previsionais, por consideramos serem da maior importância como instrumentos de gestão optamos pelo benefício da dúvida na sua aprovação, o que agora estamos convictos de o não poder fazer dando as discrepâncias apontadas na nossa análise do Plano Plurianual de Investimentos e do Plano de Actividades e Orçamento para o ano de 2015 por estar assente em bases de pressupostos de consistência fictícia.
Assim o voto da CDU será contra pelos motivos já evocados.

O eleito da CDU
 Acácio João Fernandes