sexta-feira, 31 de maio de 2013

Deputado Europeu da CDU na Adega Cooperativa de Ponte de Lima

Deputado Europeu da CDU na Adega Cooperativa de Ponte de Lima

A Adega Cooperativa de Ponte de Lima recebeu a visita do primeiro Deputado Europeu da sua História no dia de hoje, sexta-feira, 31 de Maio de 2013.

Celeste Patrocínio presidente da direcção da Adega Cooperativa de Ponte de Lima está contra a  mercantilização das principais Festas do Concelho

Esta constatação foi  feita num encontro com o  deputado europeu João Ferreira no âmbito da sua actividade parlamentar que contou com os candidatos da CDU aos Órgãos Municipais João Gomes e Sandra Fernandes. Os objectivos destas reuniões, promovidos pelo deputado comunista, são conhecer as realidades locais para intervir ao nível do parlamento europeu, no sentido de defender os sectores produtivos nacionais.

A presidente da maior associação de produtores do concelho, diz ainda estar extremamente chocada com esta promoção da conhecida cervejeira em Ponte de Lima, relevando para segundo plano um produto importantíssimo para a economia e imagem do Concelho, acusando a autarquia de falta de sensibilidade para o peso desta Instituição na economia local.

Outras das preocupações demonstradas estão relacionadas com a revisão da nova PAC (Política Agrícola Comum), a intenção da Comissão Europeia de liberalizar os direitos de plantação prejudicando pequenos produtores, a falta de verbas em sede de PRODER, de uma nova doença “flavescência dourada”, a falta de apoios à replantação da vinha, vítima desta doença, acusando o Ministério da Agricultura de não estar a fazer tudo ao seu alcance para minorar os estragos desta epidemia, do baixo preço do vinho que não compensa o viticultor, e das novas regras fiscais para os pequenos viticultores.




segunda-feira, 20 de maio de 2013

A CoopaLima apresentou um conjunto de preocupações que atingem largamente os pequenos e médios agricultores.

JORNADAS PARLAMENTARES DO PCP NO DISTRITO DE VIANA DO CASTELO

Uma delegação do grupo Parlamentar do PCP deslocou-se a Ponte de Lima para reunir com 
a direcção da Coopalima. A reunião contou com a presença dos candidatos da CDU João Gomes e Sandra Fernandes.



Este encontro realizou-se no âmbito das Jornadas Parlamentares do PCP realizada em 22 de Abril em Viana do Castelo



A CoopaLima – Cooperativa Agrícola de Agricultores do Vale do Lima, apresentaram um conjunto de preocupações que atingem largamente os pequenos e médios agricultores.

Manifestaram grande preocupação com as questões da fiscalidade introduzidas pela eliminação do regime de exceção através do Orçamento de Estado em vigor. Tendo em conta as características do setor agrícola da região (pequena agricultura e agricultores idosos) estas medidas determinarão o abandono da atividade por parte de muitos agricultores. Ilustram esta certeza com exemplos de agricultores idosos, desesperados, que recebem apoios comunitários anuais de valor inferior a 180€ e que serão agora obrigados a coletar-se. Ou reformados por invalidez que correm o risco de perder a sua reforma por receberem 200 ou 300€ de apoios. Incertezas que têm levado à diminuição do número de candidaturas (que a Associação Regional de Agricultores do Alto Minho calcula na ordem dos 30% quando a fundos comunitários), ainda mais quando os serviços públicos, nomeadamente segurança social, não conseguem esclarecer quem os procura, remetendo os agricultores para a cooperativa. Uma dificuldade de resposta que é inseparável da falta de meios humanos do Ministério.

A coopLima, que também é uma Organização de Produtores Pecuários, apresentou a preocupação com atrasos no pagamento para financiamento da sanidade animal, relativa a 2012, de um valor que rondará os 50 mil euros e destacou a incerteza quanto ao futuro do sistema de sanidade animal em torno das alterações que o Governo pretende introduzir no modelo de financiamento. Esta instituição tem um plano sanitário aprovado para este ano, mas não tem, da parte do Ministério, nenhuma informação sobre como vai ser financiada esta obrigação de saúde pública. Em matéria de sanidade animal a cooperativa fez uma avaliação que a levou a concluir que os produtores, que já pagam 50% do serviço de sanidade animal, não terão capacidade para assumir a totalidade desse pagamento.

As dificuldades que pairam sobre o setor têm levado a atrasos nos pagamentos dos fatores de produção à cooperativa. Fatores de produção que são cada vez mais caros, enquanto os preços de venda continuam esmagados, nomeadamente pela grande distribuição. Estas dificuldades dos agricultores são também sentidas pelas organizações que os representam, estruturas associativas e cooperativas, cada vez mais asfixiadas economicamente.

Sobre outro setor com relevância na atividade da cooperativa e da região – o setor dos vinhos – existe outra ameaça e outra preocupação. A flavescência dourada, doença da vinha que surgiu em Portugal nesta região, e que, ao contrário do que a ministra já afirmou, a cooperativa não conhece qualquer tipo de plano para o controlo do problema, nem ajudas para o combate sanitário.

Foi ainda referido o tão falado ingresso de jovens agricultores na atividade. Conhece-se a existência de propostas aprovadas nas candidaturas para instalação de jovens agricultores, mas é menor o número de projetos concretizados, nomeadamente pelas dificuldades no acesso a garantias bancárias. Mas outra preocupação nesta matéria é um enfoque quase exclusivo das candidaturas nas áreas da produção de frutos vermelhos, cogumelos, ervas aromáticas, com as dúvidas que levanta a viabilidade de coexistência de elevado número de explorações dos mesmos produtos.

Existem também preocupações, quer com o acesso aos fundos comunitários, nomeadamente o ProDer, quer com a reforma da PAC, com possíveis alterações das regras, mais uma vez penalizadoras dos pequenos agricultores.


quinta-feira, 16 de maio de 2013

Estaleiros Navais de Viana do Castelo


Estaleiros de Viana
Foi aprovada na passada semana na comissão de Orçamento e Finanças a proposta do PCP para a realização de uma auditoria à gestão dos Estaleiros Nacionais de Viana do Castelo.

A verificação da eficiência administrativa e da eficácia na orientação de dinheiros públicos por parte dos responsáveis pelos ENVC, ao longo da última década, vai ser levada a cabo pela Inspecção-Geral das Finanças.

Com esta iniciativa os deputados comunistas cumprem uma das decisões traçadas nas suas recentes Jornadas Parlamentares realizadas precisamente em Viana do Castelo.

Publicado no Jornal "Avante" de 16Maio2013 

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Descentralização, democracia e desenvolvimento regional


As crescentes assimetrias presentes na sociedade e no território são inseparáveis de décadas de política de direita e do modelo de desenvolvimento capitalista. Assimetrias que, apesar dos milhares de milhões de euros de sucessivos programas de fundos comunitários supostamente destinados a assegurar a prometida coesão social e territorial, não param de se acentuar. Assimetrias que são em si expressão de uma política centralista, orientada para a progressiva desvalorização do Poder Local, fixada no incumprimento da Constituição da República no que ela determina quanto à criação de regiões administrativas, acompanhada crescentemente com o ataque à autonomia administrativa e financeira das autarquias. Uma política e uma ofensiva que empobrecem a dimensão democrática da vida política nacional, afastam as populações da participação, reduzem o investimento local, empobrecem os territórios e negam a satisfação às populações das suas necessidades e aspiração a uma vida melhor.

Ao manter adiada a criação das Regiões Administrativas, sucessivos governos têm fugido declaradamente à concretização daquela que constituiria a mais importante, decisiva e eficaz medida capaz de assegurar uma efectiva descentralização, a implementação de uma política regional e a reforma da Administração Pública. Ao fazê-lo, têm assegurado a condução e controlo a partir dos serviços desconcentrados e delegações regionais da Administração Central das políticas de desenvolvimento regional, garantindo o seu alinhamento com as desastrosas políticas nacionais e afastando a intervenção de entidades administrativas com representação democrática na gestão dos eixos essenciais de sucessivos quadros comunitários com a expressão e impactos regionais que deviam assumir.


Uma política alternativa para garantir o desenvolvimento local e regional

Falar de descentralização, democracia e desenvolvimento regional é, assim, inseparável da recolocação na ordem do dia da criação das regiões administrativas como um factor decisivo e essencial, não apenas pela razões profundas de descentralização e organização administrativa do Estado que comporta, como também um factor que pode constituir um instrumento essencial para assegurar uma política regional mais eficaz, capaz de atenuar assimetrias e contribuir para a coesão nacional.

Falar de descentralização, democracia e desenvolvimento regional é inseparável da criação efectiva de entidades metropolitanas – as áreas metropolitanas de Lisboa e Porto – como entidades autárquicas verdadeiramente descentralizadas, com capacidade para intervir eficazmente no ordenamento e planeamento dos territórios respectivos. Ou seja, entidades com competência (o que significa com autoridade para adoptar, aplicar e salvaguardar uma estratégia de planeamento e desenvolvimento do território, juntamente com as sua políticas, programas e projectos, autoridade esta difícil de dispor se privada de legitimidade democrática directa), com aptidão (ou seja, dispondo dos conhecimentos que permitam tomar decisões bem informadas em matéria de planeamento e desenvolvimento), com processo (significando ter meios para prosseguir e concretizar uma estratégia metropolitana) e com legitimidade democrática directa decorrente da eleição.

Falar de descentralização, democracia e desenvolvimento regional significa romper com o rumo de descaracterização do Poder Local, das suas características democráticas e do nível da sua resposta às aspirações da população. Ou seja, defender e afirmar um regime de finanças locais que consagre a autonomia e o reforço da capacidade financeira das autarquias, assente na participação, por direito próprio, nas receitas fiscais do Estado e nos princípios de redistribuição e coesão nacional, visando o objectivo de uma maior e mais equilibrada partilha de recursos entre o Poder Central e Local; 

reforçar as competências num quadro claro de delimitação de responsabilidades entre as administrações central, regional (a criar) e local (na base de um avaliação criteriosa do interesse comum e não da conveniência da administração central em se libertar de problemas e encargos), em áreas e domínios que potenciem o exercício dessas atribuições pelo nível mais próximo da população e acompanhado dos meios financeiros e das condições que assegurem a elevação, qualitativa e quantitativa, do nível de resposta às aspirações e necessidades das populações; 

valorizar o estatuto remuneratório e a adequação das carreiras dos trabalhadores da administração local à realidade da intervenção das autarquias, assegurando a fixação de pessoal operário, técnico e outro qualificado indispensável a uma gestão pública de qualidade, a formação profissional, a motivação e empenhamento dos trabalhadores das autarquias e a melhoria das suas condições de vida; 

reforçar o carácter democrático e participado do Poder Local preservando a colegialidade dos seus órgãos executivos, valorizando o papel dos órgãos deliberativos;

valorizar as freguesias no quadro da Administração Local e das condições de exercício dos mandatos dos respectivos eleitos o que significa nas actuais circunstâncias a revogação da lei de liquidação de freguesias; 

preservar o actual sistema eleitoral enquanto factor de colegialidade e pluralismo; adoptar uma política de ordenamento de território determinada por critérios de interesse público, de valorização ambiental, de efectiva cobertura do território com os serviços públicos necessários indispensáveis para combater o despovoamento e desertificação, fixar as populações e assegurar-lhes condições económicas e sociais e qualidade de vida.

A defesa da Poder Local enquanto expressão de Abril, condição de um exercício democrático da vida política e factor de desenvolvimento é indissociável da ruptura com a política de direita e da afirmação de uma política alternativa, patriótica e de esquerda.


sábado, 11 de maio de 2013

Sobre as Comissões de Protecção de Crianças e Jovens



O Grupo parlamentar do PCP apresentou no passado dia 9 de Maio na Assembleia da República um projecto de Lei que garante as condições materiais e humanas para o cumprimento efectivo do papel das Comissões de Protecção de Crianças e Jovens

Projecto de Lei N.º 411/XII/2

Garante as condições materiais e humanas para o cumprimento efetivo do papel das Comissões de Proteção de Crianças e Jovens

Quinta 9 de Maio de 2013

Preâmbulo
I
Conforme consagrado na Constituição da República Portuguesa (Artigo 69.º), cabe ao Estado e à sociedade proteger as crianças “com vista ao seu desenvolvimento integral”, designadamente contra todas “as formas de abandono, de discriminação, e de opressão”. A todas as crianças deve ser assegurado, o direito à proteção e a cuidados especiais, o direito ao amor e ao afeto, ao respeito pela sua identidade própria, o direito à diferença e à dignidade social, o direito a serem desejadas, à integridade física, a uma alimentação adequada, ao vestuário, à habitação, à saúde, à segurança, à instrução e à educação.

Contudo, e pese embora a vigência de direitos fundamentais em forma de lei, a vida quotidiana de milhares de crianças no nosso país é hoje marcada por múltiplas formas negação de efetiva violência, discriminação e exclusão social.

Importa recordar que em Portugal, só a partir da Revolução de Abril de 1974, com a conquista e consagração legal de um sólido corpo de direitos económicos e sociais, teve início o caminho de construção e garantia dos direitos das crianças e jovens, nas suas múltiplas dimensões e de forma transversal.

A Declaração Universal dos Direitos da Criança foi proclamada pela ONU em 1959, mas só com a Convenção Internacional dos Direitos da Criança aprovada em 1989, ratificada por Portugal no ano seguinte, a Criança passa a ser considerada como cidadão dotado de capacidade para ser titular de direitos.

Hoje, vivemos tempos onde a violência da crise económica e social que destrói o país tem atingido as crianças e jovens de forma particularmente dramática.

Cada vez mais famílias têm dificuldades em cumprir as necessidades básicas das crianças com alimentação, vestuário, habitação, material escolar e cuidados de saúde. Há fome na escola porque há fome em casa, o encerramento de empresas, salários em atraso, desemprego, cortes nos apoios sociais, no subsídio de desemprego, abono de família, rendimento social de inserção marcam o dia de muitos milhares de famílias.

II

O Partido Comunista Português tem apresentado diversas iniciativas legislativas visando a responsabilização do Estado na promoção das políticas laborais e sociais que assegurem o direito dos pais e das famílias a concretizar os direitos das crianças, bem como a necessidade de realizar medidas de prevenção e combate à pobreza infantil e das situações de risco.

Recentemente o PCP apresentou um conjunto de iniciativas legislativas de defesa e cumprimento dos direitos das crianças e jovens , particularmente importantes num contexto de profundos retrocessos económicos e sociais. Infelizmente, a sua rejeição pela maioria parlamentar PSD e CDS inviabilizou qualquer possibilidade de avanço legislativo.

Entretanto, o Partido Comunista Português acompanha com profunda atenção as Comissões de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ) em Risco desde o momento da sua criação.

Ao longo dos 14 anos da aplicação da Lei n.º 147/99, o PCP tem vindo a observar e analisar os impactos do trabalho desenvolvido pelas CPCJ, os avanços registados, o universo da sua ação, as principais dificuldades e obstáculos, a tipologia de problemáticas sinalizadas, a exigência e complexidade dos processos, o contexto socioeconómico de fundo, as condições materiais e humanas de funcionamento.

Tal acompanhamento justificou a apresentação de uma iniciativa legislativa do PCP em 2005 de revisão e aperfeiçoamento da Lei n.º 147/99, resultou de diversas reuniões realizadas com CPCJ em diversos pontos do país.

O PCP apresentou um requerimento na Comissão de Segurança Social e Trabalho da Assembleia da República que tendo sido aprovado, possibilitou a 29 de Janeiro a audição do Presidente da Comissão Nacional de Proteção de Crianças e Jovens em Risco para apresentação do Relatório Anual da Atividade das CPCJ de 2011.

Neste Relatório é afirmado que:

• “As CPCJ referem algumas necessidades por satisfazer: Apoio Administrativo; Apoio técnico; Viatura de uso exclusivo, Equipamento Informático suficiente; Instalações Próprias; Melhoria de instalações e mobiliário; Telemóvel; Telefone e fax privativos”;

• “As CPCJ identificam como principais dificuldades a escassez de técnicos, a falta de respostas sociais e a não priorização do trabalho na CPCJ pelos serviços representados”;

• “A maioria das CPCJ expressa uma opinião negativa sobre a frequência do acompanhamento presencial proporcionado, apontando a necessidade de uma maior regularidade do acompanhamento presencial. De salientar que o acompanhamento presencial faz-se intensivamente e sempre que possível, de acordo com os meios disponíveis” .

Exatamente porque vivemos um tempo de surgimento de novas e complexas situações de risco sobre as quais as CPCJ são chamadas a intervir, o PCP realizou recentemente uma reunião de trabalho com estas entidades, onde recolhemos contributos preciosos sobre a análise da situação atual destas estruturas no ano de 2012 e primeiros meses de 2013.

Mantém-se, no essencial, os aspetos negativos registados em 2005: crescente número de processos; significativa falta de técnicos a tempo inteiro; crescente desresponsabilização de entidades como a Segurança Social; ausência de estruturas de acolhimento temporário e de emergência; ausência de respostas de trabalho com as famílias. Contudo, estes aspetos são agora agravados por uma dramática realidade económica e social com impactos muito negativos na vida familiar, potenciando o aumento dos fatores de risco associados à pobreza e exclusão social.

O aumento exponencial do desemprego (7,6% em 2005; 17% em 2012), os baixos rendimentos das famílias e os cortes nos apoios sociais criaram condições de alargamento da pobreza a novos segmentos da população. Como consequências desta realidade, assiste-se ao aumento do número de situações carências alimentares graves e fome; situações de abandono escolar; novos casos de crianças em situação de mendicidade; agravamento das situações na área da saúde mental da família e das crianças; aumento da violência física e psicológica sobre as crianças e jovens.

Constitui expressão desta mesma situação de degradação profunda das condições económicas e sociais das famílias o aumento significativo do número de processos instaurados e reabertos.

Quanto às condições de funcionamento das CPCJ’s e de acompanhamento dos processos regista-se:


• Crescente complexidade e exigência no acompanhamento dos processos;
• Significativa falta de técnicos a tempo inteiro nas comissões restritas, com prejuízo na salvaguarda da natureza multidisciplinar das equipas;
• Crescentes dificuldades para os serviços de origem disponibilizarem tempo aos respetivos profissionais que integram as comissões restritas, devido à diminuição de efetivos, designadamente no Ministério da Solidariedade e Segurança Social e no Ministério da Saúde;
• Prejuízo para os professores em serviço nas CPCJ, no âmbito da avaliação de desempenho docente;
• Escassez de meios técnicos, designadamente com disponibilidade de tempo para acompanhar de forma regular, efetiva e integrada cada processo, com prejuízos evidentes para a qualidade das avaliações diagnósticas e do acompanhamento na execução de medidas de promoção e proteção;
• Degradação e desadequação das condições materiais de alguns edifícios onde funcionam CPCJ;
• Falta de respostas sociais que permitam um trabalho integrado com as famílias de origem das crianças e jovens sinalizados, evidenciando a fragilidade atual das entidades que asseguram esta resposta social (seja ao nível da redução do financiamento dos projetos destas entidades, seja ao nível da diminuição dos meios humanos disponíveis);
• Grave carência de estruturas de acolhimento temporário e de emergência;
• Crescente responsabilização das Câmaras Municipais na dinamização das comissões restritas;
• Falta de respostas de acolhimento temporário e de instituições para receber rapazes a partir dos 12 anos.

Apesar do trabalho dedicado e empenhado da generalidade dos intervenientes nas CPCJ, e em particular dos membros que integram a Comissão Restrita, do trabalho realizado na área da prevenção e dos esforços para um trabalho coordenado e articulado com as instituições da comunidade, a violência da situação económica e social e a falta de meios humanos esmaga a capacidade de intervenção efetiva de muitas CPCJ.

Por todas estas razões o Grupo Parlamentar do Partido Comunista Português, considera imperativo proceder a alterações à Lei de proteção de crianças e jovens em perigo (Lei n.º 147/99) quanto aos seguintes aspetos:


• Efetiva responsabilização e assinatura de protocolos com os Ministérios da Solidariedade e Segurança Social, Educação e Saúde no destacamento obrigatório de técnicos com atribuição de um tempo mínimo nunca inferior a 17h semanais;
• Reforço do número de técnicos por proposta fundamentada do presidente da CPCJ, através de destacamento de técnicos da Segurança Social, sempre que seja excedido o rácio de 1 técnico por cada 50 processos ativos;
• Definição do quadro financeiro do seu funcionamento através de transferência de verbas do Orçamento do Estado;
• Obrigatoriedade de publicação do relatório anual de cada CPCJ, até 31 de Março do ano seguinte àquele a que respeita, clarificando e tipificando as problemáticas identificadas e as suas causas;
• Clarificação da competência territorial, em caso de institucionalização do menor;
• Envio do Relatório Anual de Avaliação das CPCJ pela Comissão Nacional à Assembleia da República, até 31 de Maio;
• Apreciação no plenário da Assembleia da República do Relatório Anual em sessão a realizar com a presença obrigatória do Governo.

Estas propostas visam reforçar as CPCJ enquanto instrumentos de prevenção e intervenção eficaz face às situações de risco que afetam as crianças e jovens. Sabemos que este é apenas um passo no caminho maior de erradicação da pobreza, de progresso e justiça social. Da parte do PCP, defenderemos todos os passos necessários para a defesa da dignidade da vida destas crianças e da defesa do regime democrático.

Nestes termos os Deputados abaixo assinados do Grupo Parlamentar do PCP apresentam o seguinte Projeto de Lei:


Artigo 1º
2ª Alteração à Lei nº 147/99, de 1 de Setembro

Os artigos 9º, 14º, 20º, 32º, 79º e 95º da Lei n.º 147/99, de 1 de Setembro, com as alterações introduzidas pela Lei nº 31/2003, de 22 de agosto passam a ter a seguinte redação:


Artigo 9º
Consentimento

1.    Redação atual.

2. Se, por força do disposto no número anterior, o consentimento deva ser prestado pelo próprio causador da situação de risco para a criança ou jovem, as Comissões de Proteção intervêm, independentemente de consentimento, devendo comunicar ao Ministério Público, no mais curto espaço de tempo.


Artigo 14º
Apoio logístico


1. Redação atual.
2. Cada Comissão de Proteção terá um fundo de maneio, à responsabilidade do seu Presidente, atribuído pelo Orçamento de Estado, atualizado em função do número de processos, num rácio a regulamentar posteriormente pelo Governo, ouvida a Comissão Nacional.
3. Anterior nº2.


Artigo 20º
Composição da comissão restrita


1. …
2. …
3. …
4. …
5. …
6. Cada comissão restrita possuirá no mínimo um técnico a tempo inteiro, com exceção para os representantes da Educação e Saúde, sendo aumentado o número de técnicos da Segurança Social em função do número de processos ativos.
7. Para efeitos do número anterior o rácio deverá respeitar a relação de um técnico por cada 50 processos ativos, sendo o destacamento do técnico da Segurança Social objeto de despacho do Ministério da Solidariedade e Segurança Social.
8. O destacamento obrigatório de cada membro da Comissão Restrita, com atribuição de um tempo mínimo nunca inferior a 17h semanais, é baseado na assinatura de um protocolo com as diversas instituições e Ministérios envolvidos (Solidariedade e Segurança Social; Educação; Saúde);


Artigo 32º
Avaliação


1. ...
2. O relatório é remetido à Comissão Nacional, à Assembleia Municipal e ao Ministério Público até 31 de Janeiro, sendo os respetivos resultados objeto de publicação obrigatória num órgão de comunicação social local e/ou regional até 31 de Março do ano seguinte àquele a que respeita.
3. ...
4. ...
5. ...
6. A Comissão Nacional envia à Assembleia da República, até 31 de Maio, o Relatório Anual de avaliação das CPCJ.
7. O Relatório a elaborar pela Comissão Nacional deve tipificar de forma objetiva as diversas problemáticas sinalizadas, e de modo mais objetivo e tipificado na classificação de “negligência”, bem como as suas causas.
8. O plenário da Assembleia da República aprecia o Relatório previsto no n.º 6 em sessão a realizar com a presença obrigatória do Governo.


Artigo 68º
Comunicações das comissões de proteção ao Ministério Público


1. …
c) As situações de indisponibilidade de meios dos serviços ou instituições, por inexistência de recursos ou condições objetivas de garantir a resposta ao menor;
d) Anterior alínea c);


Artigo 79º
Competência Territorial


1. …
2. …
3. …
4. …
5. …
6. Em caso de institucionalização, o acompanhamento da situação será feito pelos técnicos da Instituição em coordenação com a Comissão local de origem do processo.


Artigo 95º
Falta de consentimento


1. As Comissões de Proteção diligenciam junto dos pais, representante legal ou da pessoa que tenha a guarda de facto da criança ou do jovem, pela obtenção do consentimento a que se refere o artigo 9º do presente diploma.
2. Na impossibilidade de obterem o referido consentimento, bem como nos casos em que seja expressamente retirado ou houver oposição do menor, nos termos do artigo 10º, a Comissão abstém-se de intervir e comunica a situação ao Ministério Público competente, remetendo-lhe o processo ou os elementos que considere relevantes para a apreciação da situação.


Artigo 2º
Entrada em vigor

A presente lei entra em vigor no dia seguinte ao da sua publicação, sem prejuízo das normas de carácter financeiro cuja vigência se inicia com o subsequente Orçamento do Estado, depois de publicado.

Assembleia da República, em 9 de Maio de 2013


quinta-feira, 9 de maio de 2013

Exposição Álvaro Cunhal



Duas exposições em simultâneo na Torre da Cadeia Velha, no Passeio 25 de Abril

- Exposição documental – Vida, pensamento e luta de Álvaro Cunhal;    

 Composta por 16 painéis em  acrílicos com as medidas 100x 80 cm

 - Exposição de Fotografia – Álvaro Cunhal por Viana.  

 36 Fotografias em moldura com as dimensões 45x30 cm

Milhão e meio de desempregados, um rumo para o abismo a que é urgente pôr fim!

Nota do Gabinete de Imprensa do PCP

Milhão e meio de desempregados, um rumo para o abismo a que é urgente pôr fim!


1. Os dados hoje divulgados pelo INE referentes ao Inquérito ao Emprego do 1º trimestre de 2013, confirmam o aprofundamento do desemprego e a destruição do emprego nos últimos anos e, em especial, após a assinatura do Pacto de Agressão no final do 2º trimestre de 2011.
2. Nos últimos 21 meses, entre o 2º trimestre de 2011 e o 1º trimestre de 2013, foram destruídos em Portugal 459 800 postos de trabalho, mais 277 200 trabalhadores foram para o desemprego e a taxa de desemprego, em sentido restrito, agravou-se 46,3%, passando de 12,1% no 2º trimestre de 2011 para 17,7% no 1º trimestre de 2013.
No 1º trimestre de 2013, o desemprego em sentido restrito atingiu os 952 200 trabalhadores que, em sentido lato ascende a quase um milhão e meio de trabalhadores. São mais 132 900 os desempregados em relação ao 1º trimestre do ano passado e mais 29 mil do que no último trimestre de 2012.
Registe-se que a taxa de desemprego dos jovens ultrapassa os 42%, e que quase 60% dos desempregados (560 500) estão no desemprego há mais de um ano.
3. A destruição de emprego nos últimos 12 meses foi impressionante. Perderam-se, no ultimo ano, 229 300 empregos. Não sendo a subida do desemprego idêntica, apenas porque mais de 85 000 desempregados foram obrigados a emigrar e 11 000 passaram a ser considerados inactivos.
4. Os dados agora divulgados provam que este Governo é sem dúvida uma verdadeira máquina de destruição de empregos, de criação de desemprego e de condução de milhares e milhares de trabalhadores e das suas famílias à miséria, à pobreza e à emigração.
A demissão do Governo e o fim das políticas que, a coberto do Pacto de Agressão, têm vindo a ser prosseguidas são cada vez mais um imperativo nacional, para fazer sair o nosso país da profunda depressão económica e social em que foi lançado.

terça-feira, 7 de maio de 2013

PCP condena os novos ataques de Israel contra a Síria


Nota do Gabinete de Imprensa do PCP

PCP condena os novos ataques de Israel contra a Síria



O PCP condena veementemente os recentes ataques das forças militares israelitas contra a Síria e alerta para os perigos que estes encerram de maior agravamento da situação no Médio Oriente.
Trata-se de inaceitáveis ataques que representam uma nova e clara violação do direito internacional e da Carta da ONU por parte de Israel, que, aliás, desrespeitando frontalmente resoluções das Nações Unidas, ocupa ilegalmente território sírio (Montes Golã), desde 1967.
O PCP considera que esta nova agressão de Israel – à semelhança da que perpetrou contra a Síria, em finais de Janeiro – não pode ficar uma vez mais impune, devendo ser claramente condenada pelo Governo português, em consonância com os princípios consagrados na Constituição da República Portuguesa.
Os ataques de Israel contra a Síria, apoiados pela Administração Norte-americana, inserem-se em toda a operação de ingerência e agressão contra este país – levada a cabo pelas principais potências imperialistas da NATO em aliança com as ditaduras monárquicas do Golfo Pérsico – e constituem uma provocação que visa a escalada do conflito no Médio Oriente. Ataques que ocorrem quando se assiste a uma campanha que pretende dar cobertura a uma intervenção directa estrangeira em larga escala na Síria.
Condenando e denunciando as operações de ingerência e agressão do imperialismo e do sionismo no Médio Oriente – que boicotam toda e qualquer tentativa de solução negociada e política do conflito na Síria –, o PCP solidariza-se com a luta dos povos do Médio Oriente em defesa da sua soberania, da independência e da paz.

segunda-feira, 6 de maio de 2013

A Esquizofrenia Politica da maioria CDS/PP



A Esquizofrenia Politica da maioria CDS/PP

João Gomes (Noas) apresentou a Discussão e votação a proposta de criação do Conselho Desportivo Municipal na sessão da assembleia municipal do passado dia 29 de Abril.

 A criação deste organismo municipal proporcionaria um espaço de debate sobre as orientações de política desportiva municipal, tendo por objectivo promover a coordenação da política do desporto, articulando a intervenção, no âmbito de entidades públicas e privadas com atribuições relativas à prática desportiva, analisando e acompanhando o funcionamento do referido sistema e propondo as acções consideradas adequadas à promoção de maiores padrões de eficiência e de eficácia do mesmo.

Assim não o entenderam os eleitos da maioria “politicamente esquizofrénica” do CDS/PP ao rejeitar a criação deste Organismo Municipal, utilizando argumentos “de eles não sabem o que dizem” quando afirmam que este tipo de organismos desportivos municipais só existem em Municípios pequenos, quiseram deitar poeira para os olhos, não sabemos de quem, talvez dos incautos, ignorando que Municípios como os de Lisboa, de Coimbra, das Caldas da Rainha, de Faro e muitos outros têm em pleno funcionamento os seus Conselhos Desportivos Municipais. Mais uma vez a maioria dos eleitos CDS/PP na assembleia municipal prestaram um mau serviço ao Desporto e ao Concelho, só por que não, agora não, outro argumento balofo que foi utilizado.

Para melhor compreensão da importância e valor desta proposta da CDU – Coligação Democrática Unitária damos a conhecer à população limiana os textos de apresentação da proposta para a criação do Conselho Desportivo Municipal:

Intervenção

De acordo com a Constituição da República Portuguesa, no que concerne aos princípios fundamentais, em particular no artigo 79º, quando refere: “Todos têm o direito à cultura física e ao desporto” devem ser desenvolvidos e implementados através de políticas concretas que os evidenciem e ponham em prática. Atendendo que a Constituição tutela também o direito à saúde, é dever das autarquias promover, estimular, orientar e apoiar as iniciativas e projectos que visem a prática desportiva.

A prática desportiva, através do Desporto Escolar e a Educação Física, e da componente curricular que a promove, é hoje o mecanismo essencial para o primeiro contacto dos jovens com o desporto e para a regularização de práticas físicas saudáveis e indispensáveis para a construção de uma sociedade mais avançada e mais democrática. O Estado deve, em cumprimento da Constituição da República Portuguesa, promover, estimular, orientar e apoiar a prática e a difusão da cultura física e do desporto em colaboração com as autarquias, as escolas, as associações e as colectividades desportivas.
 A CDU considera que a autarquia de Ponte de Lima deve ter um papel cada vez mais estimulante no desenvolvimento desportivo e no aumento da prática desportiva, é fundamental conjugar todos os recursos e meios de instituições e entidades públicas e privadas, no sentido de atingir os objectivos pretendidos na sua íntegra, torna-se essencial estruturar e executar uma política desportiva que agregue os agentes desportivos locais, e não os exclua, é necessária promover uma política desportiva participativa no Concelho.
A garantia do direito ao desporto e à cultura física, na perspectiva da prática e não do consumo espectador, pressupõe portanto a democratização do acesso e a democratização do Desporto em meio escolar e da Educação Física, em condições de qualidade e de igualdade a todos os jovens que frequentem o Ensino Público. Só através desta cultura de democratização será possível formar os jovens de hoje em adultos saudáveis, estimulando hábitos para uma população futura que se caracterize pela sua elevada frequência de prática desportiva, como elemento estruturante da qualidade de vida e da saúde das populações.
Os eleitos da CDU, consideram pertinente a criação de estruturas consultivas envolvendo os diferentes sectores da sociedade desportiva do concelho, nos processos de debate e escolha das políticas desportivas municipais de forma a promover um desenvolvimento global e integrado tendo em vista as necessidades da população, torna-se importante a criação de um Conselho Desportivo Municipal que proporcione um espaço de debate sobre as orientações de política desportiva municipal, tendo por objectivo promover a coordenação da política do desporto, articulando a intervenção, no âmbito de entidades públicas e privadas com atribuições relativas à prática desportiva, analisando e acompanhando o funcionamento do referido sistema e propondo as acções consideradas adequadas à promoção de maiores padrões de eficiência e de eficácia do mesmo.

Na autarquia de Ponte de Lima existem muitas lacunas relacionadas com a coordenação da política de desporto, como a falta de políticas de dinamização, gestão e conservação do parque desportivo municipal; Falta de um Plano de Actividades Anual Desportivo Municipal; Falta de clareza nos critérios e nas políticas de atribuição de apoios do município às associações desportivas; Falta de uma política integrada de dinamização do desporto, que englobe todas as entidades desportivas e não só, como juntas de freguesia, centros escolares, IPSS´s – Instituições Particulares de Solidariedade Social.

Queremos deixar nesta assembleia municipal o conhecimento de um levantamento feito por nós sobre o estado de algumas estruturas para a prática desportiva:  

- A pouca utilização e mesmo o abandono de polidesportivos descobertos como são os casos de Calheiros (tabelas a apodrecer), S. Pedro de Arcos (vedação e acessos sem manutenção, Arcozelo/Freiria (está desmantelado em termos desportivos e foi convertido num parque de feiras por iniciativa da junta de Arcozelo e a conivência da CMPL), Arcozelo/Presa (não tem vedação e muros derrubados), Labruja (quase tem tojo no piso), Estorãos (lixo e folhas no recinto).

- Inexistência no perímetro urbano de espaços informais de acesso livre à prática desportiva generalizada. Neste ponto destaca-se o mau aproveitamento e abandono do recinto da Casa Villa Moraes, um local de excelência para a prática desportiva e de lazer, que está em deficiente estado de conservação, e não dotado convenientemente. Neste espaço de excelência não existe parque infantil, não existe parque de saúde, o parque de jogos é escasso e mal conservado. O lago parece uma ETAR. O espaço está fechado aos feriados e fins-de-semana, dias de aproveitamento.

-Ausência de Planos de Manutenção Preventiva e Correctiva, por equipa multidisciplinar, de todos os equipamentos e infraestruturas desportivos e escolares em geral, de modo a evitar acidentes desnecessários, e a proporcionar a utilização segura a crianças e jovens que os utilizam.

No que se refere ao desenvolvimento desportivo e do direito ao desporto, a CDU reclama uma vez mais a necessidade de romper com a falta de apoios adequados à promoção da prática desportiva nas suas diversas vertentes: educativa, recreativa, terapêutica e competitiva.
Esta situação gera objectivamente desigualdades na concretização do direito à prática desportiva e impede o desenvolvimento de uma Educação Física que a todos abranja no sentido do progresso social e da promoção da saúde. Não é de todo compreensível, nem aceitável, que ainda hoje se verifiquem assimetrias desta Natureza na Escola Pública, possibilitando que uns tenham acesso a uma Educação Física de qualidade, enquanto limita a outros o acesso a essa Educação de forma liminar.
A CDU considera fundamental o cumprimento da Constituição da República Portuguesa designadamente no que concerne à realização de uma política municipal de oportunidades e garantia de todos os munícipes terem acesso à cultura física e ao desporto.
É com este objectivo primeiro que a CDU toma a iniciativa de trazer a discussão e votação a proposta da criação de um Órgão Municipal de Desporto que consideramos fundamental para promover uma política desportiva participativa no Concelho.
 Assim passamos a apresentar a nossa proposta:
Proposta
Introdução
 O desporto, nas suas diversas modalidades, na vertente competitiva ou de manutenção, é uma prática que se reveste de fundamental importância enquanto instrumento de promoção da saúde e de estilos de vida saudáveis, além de ser um importante estímulo a hábitos de convívio social que deve fazer parte da Educação dos cidadãos na perspectiva da formação da cultura integral do indivíduo.

A consagração das políticas públicas desportivas, no âmbito autárquico, tem sofrido mutações significativas, ao longo das últimas décadas. Esta evolução tem um carácter relevante, uma vez que os poderes locais usufruem, actualmente, de uma relação privilegiada com a população.
O desporto tem vindo a aumentar o seu espaço de influência na sociedade, onde se assume como um serviço que propicia a educação, cultura, lazer e mesmo a economia.
 
 Ao longo do tempo, a importância dada ao fenómeno desportivo sofreu inúmeras mutações, inferindo-se daí várias formas de manifestação no quotidiano das populações.

No que concerne às políticas de desenvolvimento desportivo local é necessário efectuar um levantamento da realidade cultural, histórica e económica de cada concelho. A concertação de políticas autárquicas parte de uma lógica conceptual, mas que requer sustentação prática.
Assim, “o grande desafio que se colocará nos próximos anos aos poderes políticos desportivos, é o de se adaptarem a esta dinâmica plural e o de conseguirem passar de um corpo de políticas que se dirigiam às necessidades colectivas de alguns, para políticas que respondam às necessidades individuais de muitos”.

Na Lei n.º 159/99, de 14 de Setembro, diploma que legisla o quadro de transferência de atribuições e competências às Autarquias, é consignado expressamente como atribuições dos municípios e das freguesias o domínio dos tempos livres e desporto. Ainda estabelece, planear gerir e realizar investimentos públicos em instalações e equipamentos para a prática desportiva e recreativa de interesse municipal; Licenciar e fiscalizar recintos de espectáculos; Apoiar actividades desportivas e recreativas de interesse municipal; Apoiar a construção e manutenção de equipamentos desportivos e recreativos de âmbito local.

A CDU constatando que na Autarquia de Ponte de Lima não existem políticas de dinamização, gestão e conservação do parque desportivo municipal decidiram tomar a iniciativa de trazer ao plenário desta Assembleia Municipal a proposta da criação de um órgão municipal cujo propósito e existência, foi já reconhecido em vários pontos do País, por diversas autarquias, como pilar estruturante do desenvolvimento desportivo, social e económico das suas populações.

A CDU no sentido de prestar a sua colaboração para uma rápida implementação do funcionamento do Órgão Municipal agora proposto a esta Assembleia, que estamos confiantes os seus membros reconhecerão a necessidade e urgência da sua criação, anexam a esta proposta um projecto de estatutos para consideração e posterior votação pelo Executivo Municipal.

A consagração do acesso ao desporto e cultura física como um direito exige, portanto, das autarquias, um envolvimento especial para a sua materialização. Na verdade, continuamos a assistir a uma situação em que desporto e cultura física são um direito meramente programático sem reflexo objectivo no dia-a-dia dos cidadãos. Quer seja pela efectiva ausência ou mau estado de infra-estruturas públicas para a prática desportiva, quer seja pela cada vez mais exigente cadência do ritmo de vida dos trabalhadores, não podemos ainda afirmar que a prática desportiva abrange a grande parte da população. Assim os eleitos da CDU apresentam nesta sessão ordinária da assembleia municipal a seguinte:

PROPOSTA

A Assembleia Municipal de Ponte de Lima reunida em 29 de Abril de 2013 delibera:

Que seja criado o Conselho Desportivo Municipal no âmbito do Município de Ponte de Lima.

Delibera ainda:
Que os serviços de secretariado desta assembleia municipal; Remetam a presente deliberação á Câmara Municipal para no âmbito da organização e funcionamento dos seus serviços e no da gestão corrente, dar procedimento ao artigo 64º. – Competências, alínea b) Executar e velar pelo cumprimento das deliberações da assembleia municipal (Lei 169/99, de 18 de Setembro).

Os Eleitos da CDU – Coligação Democrática Unitária