quinta-feira, 29 de março de 2012

aprofundamento da recessão e destruição de mais de 200 000 empregos

Nota do Gabinete de Imprensa do PCP


Banco de Portugal confirma aprofundamento da recessão e destruição de mais de 200 000 empregos

1. O Boletim de Primavera do Banco de Portugal hoje divulgado confirma o aprofundamento da recessão em 2012 e o seu mais que provável prolongamento ao longo de 2013.
2. O impacto recessivo das medidas decorrentes da aplicação do Pacto de Agressão traduz-se desde logo em 2012 e 2013 numa queda do emprego de -3,6% em 2012 e de -0,7% em 2013, o que significa a destruição nestes dois anos de cerca de 207 mil empregos e a correspondente subida do desemprego.
3. O impacto esperado das medidas do Pacto de Agressão em 2012 – designadamente, o ataque aos rendimentos dos trabalhadores e reformados, subida dos preços dos transportes públicos, energia e outros bens essenciais, o aumento do IVA e do IRS, e os cortes dos apoios sociais - leva a que a mais recente previsão do cenário macroeconómico preveja uma queda do PIB em 2012 que é praticamente o dobro da que era esperada antes da sua assinatura (de -1,6% passou para -3,4%), com o Consumo Privado a cair como nunca (-7,3%), o Consumo Público também em queda e o Investimento a continuar o seu já longo percurso de queda contínua, que faz com que o seu nível real actual se situe hoje próximo dos níveis de 1996.
4. Para o agravamento nas previsões de recessão em 2012 contribui fundamentalmente o agravamento esperado na queda do Consumo Privado, na queda das importações, na queda do investimento e o menor crescimento que agora se estima para as exportações.
O Boletim Económico do BP reconhece que o elevado nível de inflação esperado para 2012 (3,2%), depois de em 2011 ela se ter situado nos (3,7%) , é reflexo do crescimento dos preços associado a decisões administrativas e dos aumentos da tributação indirecta, prevendo a queda considerável do poder de compra dos trabalhadores.
5. O Banco de Portugal reconhece, e à imagem do que fez em anteriores boletins, que são elevados os riscos de uma evolução mais desfavorável da actividade económica, quer isto dizer de a queda do PIB em 2012 ser superior ao que agora projecta, como resultado da degradação da envolvente externa.
6. Estes dados ilustram, como o PCP vem alertando e denunciando, uma situação dramática para os trabalhadores e o povo, evidenciando a urgência da ruptura com as políticas de direita, desde logo com a rejeição do Pacto de Agressão das Troikas nacional e estrangeira. Uma ruptura construída com a luta de todos aqueles que são alvo destas medidas, de que é exemplo maior a Greve Geral do passado dia 22 de Março. O PCP apela à continuidade da luta nas grandes e pequenas acções, nas empresas e na rua, com particular destaque para a manifestação nacional da juventude trabalhadora convocada pela Interjovem/CGTP-IN e para a manifestação nacional em defesa das freguesias e do poder local convocada pela ANAFRE, que se realizam no próximo Sábado, dia 31.