Sobre o
aumento da fatura da Água
Intervenção de Sandra Fernandes na Assembleia
Municipal
Há um ano aquando da discussão do
acordo entre o Município e a Águas do Noroeste expressava-mos que com a
aprovação de tal acordo pelos vereadores do CDS/PP e pelo vereador do PSD a Câmara Municipal entregava de mão beijada todas
as suas captações de água, comprometendo-se, depois o município, a comprar
àquela empresa essa água, para a vender aos munícipes, ao preço que a empresa
quisesse.
Afirmamos que esta concessão implicava o agravamento da fatura da água que
a população do Concelho iria pagar. Infelizmente eis que passado um ano as
consequências práticas são o aumento das tarifas da água.
Vejam bem… agora de forma oportunista
o Vereador do PSD vem derramar lágrimas de cinismo, ao considerar e passo a
citar: “Os valores das tarifas
representam, contrariamente ao que foi pomposamente anunciado aos limianos, um
aumento considerável dos encargos da fatura da água.” Haja decoro, não se
brinque com a sensibilidade e a inteligência dos limianos. O Sr. Vereador PSD
esqueceu-se depressa que contribuiu para a celebração de um acordo com
consequências gravosas para a população do Concelho!
A CDU – Coligação Democrática
Unitária – PCP/PEV manifesta a sua indignação pela ligeireza com que a
maioria CDS na Câmara e nesta Assembleia Municipal de braço dado com o vereador
do PSD avaliaram a celebração de um acordo que implicava graves danos para o
Concelho e para a vida da sua população, cujos resultados estão aí com mais um
arrombo nas escassas carteiras da imensa maioria dos munícipes com a subida dos
preços da água.
No momento certo consideramos: “Com
esta concessão está em causa, no futuro, a gestão de duas áreas fundamentais
para a qualidade de vida dos pontelimenses: a distribuição de água de qualidade
a preços acessíveis à generalidade da população e o acesso ao sistema de
saneamento público de esgotos a preços igualmente acessíveis a toda a população
do Concelho.”
O
acesso à água e ao saneamento é um direito humano fundamental, e, como tal, é
inequívoco que a propriedade e a gestão destes serviços essenciais devem estar
sob controlo dos poderes públicos, democraticamente eleitos, em particular, sob
a esfera municipal, dotada dos recursos adequados. Esta é a melhor garantia de
defesa da água pública e dos interesses das populações.
Ponte de Lima, 20Fev2016