sábado, 7 de junho de 2014

COM INÊS ZUBER EM PONTE DE LIMA

Estamos mais fortes!
Comentário de Inês Zuber

Saímos destas eleições com cerca de 416 mil eleitores que depositaram a sua confiança na luta que travamos. Os objectivos a que nos propusemos – maior percentagem, mais votos e mais eleitos – foram atingidos e todos nos devemos orgulhar desta vitória colectiva. Foram mais 36 600 votos do que há cinco anos, mas uma vez que os votantes anteriores não se mantiveram todos fixos, este resultado pode significar que cerca de cem mil pessoas – sendo apenas uma estimativa – terão votado na CDU pela primeira vez. Outros terão voltado a votar na CDU depois de alguns anos em que se deixaram enganar – e hoje o admitem – pelos partidos da troika (PS,PSD e CDS). A direita sofre a maior derrota eleitoral de sempre.

Este resultado confirma o que sentimos na campanha.

Que há mais pessoas que reconhecem a actuação dos eleitos da CDU como distintiva da dos outros eleitos, que há mais pessoas que reconhecem PS e PSD (e CDS) como duas faces da mesma moeda, que há mais pessoas que se identificam com a nossa caracterização sobre a UE enquanto processo de integração capitalista, que há mais pessoas que sabem e que expressam objectivamente que o pacto de agressão assinado entres as troikas nacional e estrangeira não teve como objectivo a «salvação» do País mas sim permitir mais exploração, mais desemprego, mais acumulação de riqueza no grande capital nacional e estrangeiro, mais desigualdades sociais. Sabemos que há mais consciência da exploração de classe e melhor identificação dos responsáveis.

Queremos dizer a todos aqueles que votaram em nós – especialmente àqueles que venceram o desalento e depositaram em nós a sua confiança – que hoje estamos mais fortes para continuar a nossa luta, tanto no plano institucional como no plano da mobilização de massas. Que os convidamos a juntarem-se a nós nesta luta pela alternativa por uma política patriótica e de esquerda. É hoje evidente que o povo não quer, não aceita e não legitima nem socialmente nem eleitoralmente a política da troika, seja ela executada por PSD, PS ou CDS. Por isso hoje estamos mais fortes para, em qualquer que seja o espaço, lutar pela libertação do País das imposições do euro e da União Europeia, pela necessária e urgente renegociação da dívida nos seus prazos, juros e montantes, pela valorização dos trabalhadores e dos seus direitos. Vamos exigir – porque é isso que o povo quer e porque é o justo – a devolução integral dos salários, pensões de reforma e direitos roubados, e não aceitemos menos do que isso. Vamos lutar pela recuperação para o Estado das empresas estratégicas e façamos com que esses lucros sejam investidos no País e não fiquem para meia dúzia de grandes capitalistas. Vamos reverter o processo de privatizações. Vamos exigir, seja nas instituições europeias seja no plano nacional, que os interesses nacionais sejam efectivamente respeitados, o que exige a renúncia do Tratado Orçamental.

Como sempre dissemos, um bom resultado eleitoral da CDU dá mais potencialidades à luta, condiciona mais a política de direita e abre novas possibilidades a uma política alternativa ao serviço do povo e dos trabalhadores portugueses. É hoje mais possível afirmar os valores de Abril que estão profundamente enraizados na memória colectiva do nosso povo.

Como sempre dissemos, cá estamos a seguir às eleições, todos os dias, na luta, no trabalho colectivo, em cada bairro, local de trabalho, empresa, escola, e também nas instituições. Hoje com mais força e com mais gente na luta.