segunda-feira, 10 de março de 2014

Sobre linhas de alta tensão - PERGUNTAS AO GOVERNO DA DEPUTADA CARLA CRUZ SOBRE ASSUNTOS CANDENTES DO CONCELHO DE PONTE DE LIMA

PERGUNTAS AO GOVERNO DA DEPUTADA CARLA CRUZ SOBRE ASSUNTOS CANDENTES DO CONCELHO DE PONTE DE LIMA

Assunto: Projeto Eixo da RNT entre “Vila do Conde”, “Vila Fria B”e a Rede Elétrica de Espanha: Impacto nos concelhos de Viana do Castelo, Ponte de Lima, Vila Nova de Cerveira, Paredes de Coura, Arcos de Valdevez, Valença, Monção e Melgaço.

Destinatário: Ministério do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia

Ex.ª. Senhora Presidente da Assembleia da República

De acordo com o documento -resumo não técnico- o projeto eixo da RNT entre “Vila do Conde”, “Vila Fria B” e a Rede Elétrica de Espanha tem como objetivo a “construção de duas novas linhas duplas trifásicas a 400 KV”. Ainda de acordo com o documento já citado, a concretização deste projeto decorrerá em duas fases, a “primeira entre a nova subestação de “Vila do Conde” e a futura subestação de “Vila Fria”, enquanto a segunda será efetuada “entre esta instalação e a rede elétrica de Espanha, assim como a construção da subestação de “ Vila Fria B””. É também referido que este “projeto insere-se numa estratégia regional de reforço da Rede Nacional de Transporte entre a zona do Porto e a fronteira de Espanha, no Minho,”.

Em termos de localização, o projeto envolve as “sub-regiões do Cávado, do Ave, do Grande Porto e do Minho-Lima” pelo que serão abrangidos vários concelhos da região norte e, no caso em apreço do distrito de Viana do Castelo.

No tocante ao distrito de Viana do Castelo, as linhas vão passar pelos concelhos de Viana do Castelo, Ponte de Lima, Vila Nova de Cerveira, Paredes de Coura, Arcos de Valdevez, Valença, Monção e Melgaço atravessando 77 freguesias das anteriores 153 freguesias, só o concelho de Vila Nova de Cerveira é que não é atravessado por estas linhas.

Estas linhas vão atravessar áreas sensíveis de localização do património classificado e áreas da Rede Natura 2000 para além das zonas habitacionais.

As populações estão preocupadas com a instalação desta linha, uma vez que existem muitas dúvidas quanto aos efeitos ao nível da saúde provocados pelo transporte de energia elétrica em potências tão elevadas.

O PCP entende que, na instalação e na manutenção de redes de transporte de eletricidade em alta e muito alta tensão, têm de se conciliar as necessidades de desenvolvimento e eletrificação do País, o ordenamento do território, ambiental e urbanístico, mas sobretudo a segurança das populações. O princípio da precaução e da prevenção deve estar sempre presente e defendemos a regulamentação de limites máximos de exposição humana às radiações eletromagnéticas que respeitem as recomendações da Organização Mundial de Saúde e que estejam de acordo com as melhores práticas de países da União Europeia.

Assim, ao abrigo das disposições legais e regimentais em vigor, solicito ao Governo, através do Ministério do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia, que me preste os seguintes esclarecimentos:

 1.       Tem o Governo conhecimento que foram estudadas outras alternativas ao traçado das linhas de alta tensão?
2.        O Governo está em condições de garantir que o traçado escolhido e projetado não acarreta a degradação da saúde e qualidade de vida das populações?
3.        O Governo garante que está salvaguardada a proteção e preservação do património ambiental, cultural classificado e da rede natura?